O Dia Internacional dos Direitos Animais (DIDA) ocorre no dia 10 de dezembro desde 1998 e foi criado pela ONG inglesa Uncaged. A data é uma alusão à ratificação, na ONU, da Declaração Universal dos Direitos Humanos, em 1948, e visa chamar atenção para a necessidade de inclusão de todos os animais como sujeitos morais, de direito, capazes de sentir e sofrer. Esta posição é defendida com base na teoria dos Direitos Animais.
O ambientalista Aramy Fablicio, todos os anos faz protesto no centro da cidade de Campina Grande (PB), mas este ano preferiu levar este protesto para escolas públicas da zona rural do município de Fagundes. Usou uma maquete com uma parte simulando uma área de floresta preservada com plantas, animais, e outra parte com uma área sem plantas e animais, apenas árvores secas, desertificada, para que as crianças tivessem ideia de o que significa floresta preservada e deserto, de forma bem prática. Também por meio de uma simulação com vários animais de pelúcia com aspectos maltratados para simular o sofrimento daqueles animais, objetivou sensibilizá-los para que desde cedo se tornem simpáticos à causa da natureza. Além das ações ambientais houve ainda doação de brinquedos, escovas de dentes e lápis.
“Foi bem bacana porque houve uma interatividade com essas crianças carentes, eles são bem participantes o tempo todo. São tipos de ações que tanto as autoridades quanto diversas entidades deveriam fazer, mas não fazem por negligência. Há verbas federais destinadas a todas as secretarias de educação para que escolas públicas invistam em projetos ambientais, mas eles negam este direito que os estudantes têm por lei federal. É uma vergonha o descaso com direitos assegurados por lei e que não são postos em prática por parte dos governantes que embolsam esta grana destinada a educação ambiental”, diz.
“Temos mais a protestar do que comemorar, comemorar o que? A devastação das florestas; maus-tratos a animais; a falta de políticas ambientais; a falta de sensibilidade da sociedade civil que continua comprando animais silvestres e diretamente alimenta o tráfico de animais; o descaso da educação por parte das secretarias de meio ambiente dos municípios, a maioria das escolas que não dão uma educação ambiental de verdade; a fome e a miséria no mundo; a extinção da vida selvagem no planeta. As caóticas políticas ambientais que favorecem os latifundiários e não a natureza; políticos corruptos que votam em leis que apenas os beneficiam. O descaso com as minorias, como índios, ribeirinhos, pequenos agricultores etc. As leis estúpidas que cada vez mais dão direito a quem destrói e põem em risco toda a vida selvagem no planeta com desmatamentos, caçadores, capturadores, traficantes de animais, maus-tratos a animais silvestres, domésticos e domesticados, e tantas outras mazelas, como falta de políticas ambientais sérias, que visem ao bem-estar da natureza e não de interesses de pessoas que agridem de todas as formas o meio ambiente causando danos irreparáveis ao planeta”, critica.
Os animais, independentemente da espécie, são protegidos pela Constituição Federal, que em seu artigo 225, inciso VII, diz: “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.§ 1º – Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: VII – proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade.”
O ser humano deve tomar consciência do fato de que não temos nem um direito moral de conduzir a extinção qualquer espécie animal ou vegetal. Que as leis ambientais funcionem no papel e na prática. Uma grande vitória seria a sociedade civil ter consciência e não comprar animais e plantas de traficantes, e se sensibilizar com a causa ambiental em todos os sentidos. Seria um grande avanço para a natureza gerando uma qualidade de vida melhor em todo o planeta para a atual geração e as futuras.
Fonte: Paraiba.com.br