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Amazônia é o porto seguro da onça-pintada

23 de janeiro de 2010
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A Amazônia é a “apólice de seguro” da onça-pintada no mundo. É assim que define o professor do Departamento de Biologia da Universidade Estadual do Maranhão Tadeu Gomes de Oliveira, ligado à ONG Pró-Carnívoros. “Do Estado da Amazônia vai depender a sobrevivência ou a extinção da espécie”, diz.

Por ter grandes áreas de florestas intocadas, as populações de onças-pintadas conseguiram se manter no bioma. Levando em conta os critérios da IUCN, os pesquisadores que participaram do workshop promovido pelo Cenap em 2009 classificaram a espécie como “quase ameaçada” na Amazônia. A IUCN classifica as espécies da seguinte forma: situação “pouco preocupante”, “quase ameaçada”, “vulnerável”, “ameaçada”, “criticamente ameaçada”, “extinta na natureza” e “extinta”.

“Hoje, a situação da onça-pintada é relativamente confortável na Amazônia. Por isso, é importante evitar a degradação e o desmatamento”, diz Oliveira. Ele conta que os bichos são vistos com mais frequência em regiões de várzeas, como em Mamirauá (no Amazonas).

Porém, apesar de a Amazônia ser extremamente importante para a manutenção da espécie, ainda faltam estudos sobre a onça na região e informações detalhadas de seu comportamento dentro do bioma.

“A logística é muito complicada”, argumenta o professor.

Esperança

Howard Quigley, da ONG Panthera, mantém o otimismo sobre a possibilidade de evitar a extinção da espécie no mundo. De acordo com ele, “a onça-pintada é fonte de esperança hoje”.

“Onças-pintadas são mortas a cada dia por causa de seus comportamentos ou comportamentos suspeitos. E já foram perdidas mais de 40% das áreas em que a espécie ocorria originalmente. Mesmo assim, ela persiste”, diz. Em sua opinião, este é um excelente ponto de partida para este “grande gato”.

Ele destaca que garantir a preservação da espécie “não significa que temos de parar o desenvolvimento econômico”. “Em todo o mundo, as pessoas estão aprendendo a conviver com os grandes carnívoros, como a onça-pintada”, diz. Quigley elogia o fato de o País ter traçado estratégias para a conservação da espécie. “É um passo importante e estabelece um padrão para as outras nações que abrigam a espécie”, diz. O próximo desafio será implementar as ações de preservação.

Fonte: Diário do Pará

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