EnglishEspañolPortuguês

CRIME

Abandono de cães aumenta em 60% no Rio de Janeiro desde 2020, aponta ONG Ajuda Patas

20 de março de 2024
2 min. de leitura
A-
A+
Foto: Ilustração | Freepik

A ONG Ajuda Patas, localizada na Zona Oeste do Rio, registrou um aumento de 60% no abandono de cães na cidade carioca. Desde 2020, a média de resgates é de 110 cachorros por ano. Apenas em 2024, já foram resgatados 45 animais — entre eles, sete foram resgatados esta semana.

Segundo a ONG, entre as raças de cães mais abandonados estão os SRD, conhecidos popularmente como SRDs. Seguidos de pit bull, shih- tzu e chow chow. Atualmente são 400 cães abrigados pela Ajuda Patas.

“Gastamos aqui na Ajuda Patas cerca de 100kg de ração por dia, sem contar os cuidados que um animal recém chegado necessita”, conta Bruna Saraiva presidente da Ajuda Patas desde 2018.

O estado do Rio de Janeiro tem cerca de 3,4 milhões de animais abandonados, de acordo com dados do IBGE e Instituto Pet Brasil. Destes, 2,2 milhões são cães e 1,2 milhões são gatos.

A veterinária Fernanda Campista ressalta que os cães de pelagem preta são os mais afetados:

“A associação da cor preta com maldade ou azar, além da falsa percepção de que esses cães são mais agressivos e menos comunicativos, contribuem para essa taxa de adoção mais baixa para os cães de pelagem preta”, explica Fernanda, destacando que são “preconceitos completamente infundados”.

Castração

Uma das indicações dos veterinários da ONG é a castração dos animais. Além do número de abandonos — por diminuir a procriação em massa —, é benéfico para saúde das fêmeas.

“O procedimento reduz os riscos dos animais apresentarem doenças reprodutivas. No caso das fêmeas (cadelas e gatas), são evitadas as infecções de útero (piometra), gravidez psicológica, tumores de mama e estresse durante o cio”, enfatiza o veterinário Samuel Lima.

Ainda de acordo com o veterinário, “para os machos são diminuídas as possibilidades de tumores de testículos e próstata, doenças sexualmente transmissíveis, fugas, agressividade e marcação de território”.

Segundo a ONG, alguns tutores e protetores acabam não castrando os animais devido ao alto valor do procedimento. E relatam que nas clínicas populares os valores aumentam durante o processo, já nos processos gratuitos chega a demorar meses.

A protetora Bruna Aranha, moradora do Complexo da Penha, na Zona Norte, cuida de cerca de 30 gatos da comunidade. Hoje, todos são castrados, mas “a espera de todos os procedimentos demorou anos”:

“Fui em algumas clínicas populares em que a cirurgia custava entre R$ 80 a R$ 100, porém o total sempre girava em torno de R$ 800 a R$ 900 por conta de uma série de exames que são muito caros”.

Fonte: Extra

    Você viu?

    Ir para o topo