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A situação lamentável dos animais no parque Beto Carrero World

11 de janeiro de 2017
2 min. de leitura
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Por Anderson Valle

Foto: Divulgação
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É difícil compreender o próximo.

Visitar o Zoológico do Beto Carrero World foi o mesmo que passar pelas obras de arte da exposição Tristeza do Infinito. Como objetos em uma galeria, as pessoas os olham e dizem, “óhhh que bonito”, “veja meu filho, o elefante está movendo as orelhas”, “o leão está andando em círculos”.

É difícil compreender o próximo, mais ainda quando a evolução natural das espécies, a seleção natural, nos diferenciou a milhares, milhões de anos. O abanar de orelhas de um elefante e o balançar de cabeça constante de um papagaio são comportamentos que não tem a intenção de nos transmitir informação, mas têm seu significado. Estresse, tristeza, depressão e medo são sentimentos que compartilhamos com outros animais, mas que são expressos de maneira diferente.

Foto: Divulgação
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Aves não choram e peixes não gritam, mas isso não significa que não sintam. Os elefantes do BCW se encostam no muro na tentativa de conseguir alguma sombra. Os macacos-aranha vivem em florestas, ou seja, na presença de árvores e folhas, mas possuem apenas dois paus secos espetados em uma ilha com alguns metros quadrados. O hipopótamo pode ficar submerso para não ouvir a zona acústica dos shows e festas promovidas pelo parque, ou ficar no cimento. E a lhama? Um animal, nativo da patagônia, tostando ao calor sob um palmo de pelo denso.

Enriquecimento ambiental existe nas placas informativas, mas os recintos são tristes. O zoológico esfaqueia as normativas de conduta do IBAMA de A a Z. Não existe sequer bebedouro público dentro do parque, obrigatório de acordo com as Instruções Normativas 04/02, 169/08 e 07/15. Se evoluirmos daí pra outros requisitos previstos na legislação, chamaríamos de utopia programas de educação ambiental, segurança permanente, enriquecimento ambiental etc. A situação é tão esdrúxula que é possível se lançar, ou talvez uma criança, para dentro do recinto do urso através do encontro do vidro que divide o público com o muro no andar superior. Sabemos que estas cenas acontecem, mas as providências só aparecem depois do acidente.

Foto: Divulgação
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A Lei Complementar número 140 de 2011 transferiu a responsabilidade de fiscalização de zoológicos aos estados e municípios. A conclusão que podemos tirar é que, se os visitantes são capazes de listar tantas barbáries, o que encontrará uma vistoria técnica? Se os órgãos ambientais competentes e o Ministério Público de Santa Catarina ainda não tomaram as providências devidas, só nos resta cobrar deles uma atitude séria e condizente com uma sociedade que se diz consciente.

Não queremos ouvir o som do chicote de Beto Carrero, queremos apenas respeito e consideração à vida destes animais. Para tal, estamos mobilizando uma petição online. Clique aqui para assinar.

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