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NEGLIGÊNCIA

Cão morre depois de ser colocado em caixa de secagem em pet shop

Animal sofreu insolação e colapso intestinal

17 de janeiro de 2022
Beatriz Silva | Redação ANDA
4 min. de leitura
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Foto: Acervo Pessoal/SWSN/Mail Online

O cãozinho Harry morreu após ser colocado dentro de uma gaiola de secagem por cerca de 30 minutos em uma pet shop. O animal teve um colapso intestinal. A tutora do cãozinho foi enganada pela equipe do estabelecimento, que informou que o animal estava sofrendo de desidratação e insolação em razão do transporte e cuidados inadequados da própria guardiã. O caso aconteceu em Glasgow, Escócia, e está motivando a criação de uma nova regulação para locais que fornecem serviços de banho e tosa.

O animal chegou a ser levado a um hospital veterinário em Glasgow, mas por conta de complicações acabou morrendo. A autópsia mostrou que o cão não morreu de insolação, mas a tutora do animal, Lisa O’Neill, afirma que o animal sofreu dentro do equipamento de secagem e teria tentado pular, o que segundo ela causou o colapso do intestino que causou a morte.

A SSPCA, Associação Escocesa Para a Prevenção da Crueldade Animal, confirmou que o animal não morreu devido à insolação ou nenhum outro problema ligado ao tratamento de tosagem, mas apoiou o pedido de uma maior regulamentação na indústria de higiene animal.

Harry teve insolação mas morreu em decorrência a um colapso intestinal. | Foto: Acervo pessoal/SWSN

Segundo Lisa O’ Neill, que trabalha como policial, Harry foi ao salão de tosagem pela primeira vez em fevereiro de 2021 e em Maio quando novamente voltou lá o animal foi colocado na caixa secadora. O cão desmaiou e Lisa o levou para veterinários locais em Ayrshire. No dia seguinte, o animal foi levado a um hospital veterinário, mas acabou morrendo.

Lisa fez pesquisas antes de levar seu cão ao salão de tosagem, e descobriu que o local tinha mais de 30 anos de experiência, além de prêmios, por isso levou o animal. Por não saber sobre a gaiola de secagem, a mulher não soube o que perguntar. Segundo ela, ao buscar Harry, o cão parecia bem e estava cheiroso, mas estava com sede, o que ela pensou ser natural depois de passar por uma secagem.

Em maio, quando Harry retornou ao salão o procedimento foi o mesmo, mas uma hora depois sua tutora recebeu um telefonema avisando sobre o desmaio dele. Somente quando a funcionária contou ao veterinário tudo que aconteceu foi que ela soube sobre a insolação do animal, e que esses equipamentos são perigosos e mortais.

Lisa diz que seu cão não gostava de ficar trancado, então ao ficar preso em uma caixa o cão provavelmente iria pular o tempo todo. A complicação gerada pela insolação fez com que o sangue de Harry não pudesse coagular, o que não deixou que ele passasse por uma cirurgia para ser salvo, então o cão teve a morte induzida. Se tivesse passado pela cirurgia, o sangramento de Harry não poderia ser controlado, devido ao problema de coágulo.

Uma petição lançada por Lisa pede que o governo escocês tome uma atitude para regulamentar os tosadores de cães. O pedido já recebeu quase 3.000 assinaturas e a autora diz que a quantidade de pessoas que não sabem sobre as caixas de secagem é grande, e as pessoas não têm ideia de que seus cães estão sendo trancados nesses equipamentos. Ela diz que os ministros escoceses tem poder para regulamentar a indústria mas ainda não fizeram nada.

A caixa utilizada no salão em que Harry foi, estava em bom estado, sem defeitos, e é uma das melhores do mercado, chegando a custar 2.000 libras, o equivalente a cerca de 15 mil reais. Por conta disso, a SSPCA não pôde fazer nada. A inspetora da organização, Laura McIntyre, diz que em maio investigou o caso e devido a visão clínica de especialistas veterinários que mostraram que a causa da morte não foi insolação e sim o colapso intestinal, a investigação foi encerrada.

Uma tragédia como essa poderia ser evitada se houvesse uma regulamentação maior e melhor na indústria de higiene animal da Escócia. | Foto: Acervo Pessoal/SWSN

Um porta-voz do governo escocês disse que há um comprometimento para garantir padrões altos de bem-estar para os animais de estimação no país. Recentemente as penas foram aumentadas para até cinco anos de prisão e também uma multa ilimitada. Ainda de acordo com o porta-voz, o governo encoraja as pessoas a denunciarem maus-tratos de animais a Polícia da Escócia, autoridades locais ou a SPCA, órgão de bem-estar animal.

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