O cãozinho Harry morreu após ser colocado dentro de uma gaiola de secagem por cerca de 30 minutos em uma pet shop. O animal teve um colapso intestinal. A tutora do cãozinho foi enganada pela equipe do estabelecimento, que informou que o animal estava sofrendo de desidratação e insolação em razão do transporte e cuidados inadequados da própria guardiã. O caso aconteceu em Glasgow, Escócia, e está motivando a criação de uma nova regulação para locais que fornecem serviços de banho e tosa.
O animal chegou a ser levado a um hospital veterinário em Glasgow, mas por conta de complicações acabou morrendo. A autópsia mostrou que o cão não morreu de insolação, mas a tutora do animal, Lisa O’Neill, afirma que o animal sofreu dentro do equipamento de secagem e teria tentado pular, o que segundo ela causou o colapso do intestino que causou a morte.
A SSPCA, Associação Escocesa Para a Prevenção da Crueldade Animal, confirmou que o animal não morreu devido à insolação ou nenhum outro problema ligado ao tratamento de tosagem, mas apoiou o pedido de uma maior regulamentação na indústria de higiene animal.
Segundo Lisa O’ Neill, que trabalha como policial, Harry foi ao salão de tosagem pela primeira vez em fevereiro de 2021 e em Maio quando novamente voltou lá o animal foi colocado na caixa secadora. O cão desmaiou e Lisa o levou para veterinários locais em Ayrshire. No dia seguinte, o animal foi levado a um hospital veterinário, mas acabou morrendo.
Lisa fez pesquisas antes de levar seu cão ao salão de tosagem, e descobriu que o local tinha mais de 30 anos de experiência, além de prêmios, por isso levou o animal. Por não saber sobre a gaiola de secagem, a mulher não soube o que perguntar. Segundo ela, ao buscar Harry, o cão parecia bem e estava cheiroso, mas estava com sede, o que ela pensou ser natural depois de passar por uma secagem.
Em maio, quando Harry retornou ao salão o procedimento foi o mesmo, mas uma hora depois sua tutora recebeu um telefonema avisando sobre o desmaio dele. Somente quando a funcionária contou ao veterinário tudo que aconteceu foi que ela soube sobre a insolação do animal, e que esses equipamentos são perigosos e mortais.
Lisa diz que seu cão não gostava de ficar trancado, então ao ficar preso em uma caixa o cão provavelmente iria pular o tempo todo. A complicação gerada pela insolação fez com que o sangue de Harry não pudesse coagular, o que não deixou que ele passasse por uma cirurgia para ser salvo, então o cão teve a morte induzida. Se tivesse passado pela cirurgia, o sangramento de Harry não poderia ser controlado, devido ao problema de coágulo.
Uma petição lançada por Lisa pede que o governo escocês tome uma atitude para regulamentar os tosadores de cães. O pedido já recebeu quase 3.000 assinaturas e a autora diz que a quantidade de pessoas que não sabem sobre as caixas de secagem é grande, e as pessoas não têm ideia de que seus cães estão sendo trancados nesses equipamentos. Ela diz que os ministros escoceses tem poder para regulamentar a indústria mas ainda não fizeram nada.
A caixa utilizada no salão em que Harry foi, estava em bom estado, sem defeitos, e é uma das melhores do mercado, chegando a custar 2.000 libras, o equivalente a cerca de 15 mil reais. Por conta disso, a SSPCA não pôde fazer nada. A inspetora da organização, Laura McIntyre, diz que em maio investigou o caso e devido a visão clínica de especialistas veterinários que mostraram que a causa da morte não foi insolação e sim o colapso intestinal, a investigação foi encerrada.
Um porta-voz do governo escocês disse que há um comprometimento para garantir padrões altos de bem-estar para os animais de estimação no país. Recentemente as penas foram aumentadas para até cinco anos de prisão e também uma multa ilimitada. Ainda de acordo com o porta-voz, o governo encoraja as pessoas a denunciarem maus-tratos de animais a Polícia da Escócia, autoridades locais ou a SPCA, órgão de bem-estar animal.