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A 1ª delegacia de animais do Estado tem procura surpreendente, em Campinas (SP)

3 de agosto de 2011
3 min. de leitura
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Defender os animais que sofrem maus-tratos. Essa é a principal missão da Delegacia de Proteção Animal de Campinas, a primeira no Estado de São Paulo, que foi inaugurada há um ano e quatro meses. Os números de ocorrências no primeiro ano de atuação da delegacia impressionam — em média são recebidas 20 denúncias por dia.

Acorrentamento, falta de abrigo adequado, falta de alimentação, agressão, omissão de socorro, envenenamento, espancamento, sacrifícios em rituais são alguns dos maus-tratos sofridos pelos animais. Além disso, há casos de abandono dentro do imóvel quando o tutor se muda, por exemplo, e deixa o cachorro ou quando coloca o animal na rua. Maltratar animais é crime previsto por lei e a pena varia de três meses a um ano de detenção, além do pagamento de multa.

Os animais resgatados são encaminhados para abrigos e clínicas veterinárias voluntárias ou a organizações não governamentais. Foto: Cedoc/RAC

“Os números impressionam, principalmente pelo fato de ser uma delegacia especializada. Mesmo assim ainda percebemos que muitos casos não são denunciados”, diz a delegada de Proteção Animal de Campinas, Rosana Vescovi Mortari. Inaugurada no dia 5 de março do ano passado, o local dividia espaço com o 4º Distrito Policial (DP), no Taquaral. Agora, ao completar um ano, ganhou instalações e estrutura próprias. A sede atual fica no bairro Nova Campinas. As denúncias chegam até a delegacia pelo disque-denúncia e pessoalmente. “Todos as denúncias são investigadas. Reconheço que, às vezes, demora um tempo, mas vamos checar as informações para ir até o fim nas investigações”, informa Rosana.

A delegada de Proteção Animal de Campinas, Rosana Vescovi Mortari. Foto: César Rodrigues/AAN

Os animais resgatados pelas operações da delegacia são encaminhados para abrigos e clínicas veterinárias voluntárias, além de organizações não governamentais (ONGs) que cuidam dos animais, até terem condições de ser adotados e ganhar um novo lar. “Durante este ano, já atendemos vários casos chocantes, como o do animal que foi espancado e estava com fratura exposta. Em outro caso, a veterinária retirou mil bichos do cachorro e depois disso parou de contar. As pessoas precisam ter consciência de que, se possuem um animal, seja ele qual for, é necessário cuidar da maneira correta. Não adianta tratar bem o animal enquanto ele é novo e depois, quando fica velho e começa a ficar doente e dar gastos, é abandonado ou maltratado”, afirma a delegada.

Um caso que chamou a atenção da população ocorreu em maio, quando o dono do centro de adestramento e locação Cães em Férias, Paulo Fernando Correia, de 41 anos, foi flagrado por policiais batendo em um pastor alemão com um chicote de couro dentro do estabelecimento no Jardim Nova Europa. Na época, o proprietário foi levado até a delegacia, onde foi feito um Termo Circunstanciado de Ocorrência. “As investigações ainda continuam, mas ele está respondendo em liberdade. No dia havia 25 cachorros de grande porte, entre rottweilers, pastores, são bernardo e mastim”, diz Rosana.

Fonte: RAC

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