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Expedição analisa como aquecimento global influencia crescimento de plâncton

16 de junho de 2017
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Com base em um vasto levantamento dos oceanos, pesquisadores da KAUST desenvolveram um modelo que prevê como as mudanças climáticas podem afetar essas populações microbianas.

Amostras de água dos oceanos
Foto: J.M. Gasol

A temperatura, a disponibilidade de nutrientes e as taxas de mortalidade são três fatores principais que podem influenciar fortemente o número desses organismos simples conhecidos como procariotas planctônicos heterotróficos.

“Há muito tempo me sinto intrigado sobre possíveis relações entre esses três controles primários e se existem ou não padrões sistemáticos”, declarou o professor associado da Marine Science Xosé Anxelu Morán, que liderou a pesquisa.

Embora Morán tenha investigado anteriormente esses fatores em alguns locais oceânicos, a Expedição Global de Circunavigação Malaspina 2010 lhe deu a oportunidade de estender essa análise em todo o mundo.

Durante a expedição, conduzida pelo colaborador de Morán e colega de KAUST, Carlos Duarte, os pesquisadores analisaram amostras de 109 locais diferentes nos Oceanos Atlântico, Índico e Pacífico.

Em cada local, eles quantificaram a massa de procariotas planctônicos heterotróficos e a extensão de reprodução desses organismos. Esses dados permitiram que eles determinassem os efeitos relativos da temperatura e a disponibilidade de nutrientes em populações microbianas, segundo o Phys.

A equipe de Morán também mediu o número de vírus e micróbios maiores que podem matar ou consumir esse plâncton.

Ao analisar as contribuições desses três fatores, uma perspectiva coerente começou a emergir. “Se a disponibilidade de alimentos ou as taxas de predação ou ataque viral estão limitando o crescimento de bactérias planctônicas, a temperatura desempenha apenas um papel menor”, explicou Morán.

“Por outro lado, se as bactérias são liberadas desses dois controles, a temperatura se torna o fator predominante”, completou.

Porém, os pesquisadores também descobriram que havia fatores geográficos importantes responsáveis pelo efeito da temperatura: o impacto do aquecimento deve ser maior em direção aos pólos do que nas águas mais próximas do Equador.

Os ecossistemas oceânicos podem drenar o excesso de carbono da atmosfera, mas Morán aponta que a proliferação de procariotas planctônicos à custa de organismos maiores pode prejudicar esse sequestro de carbono.

Por isso, compreender onde e o quanto essas populações são afetadas pelo aquecimento global terá implicações importantes para o meio ambiente.

Agora, Morán e sua equipe têm examinado como mudanças ambientais impactam o comportamento do crescimento do plâncton de superfície das águas do Mar Vermelho perto de KAUST.

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