Cientistas australianos dizem que há uma nova esperança para a Grande Barreira de Corais após a descoberta de um tipo de coral que poderia resistir ao branqueamento provocado pelas mudanças climáticas.
No Golfo de Aqaba, a Oeste do continente árabe, uma equipe de pesquisadores da Suíça e Israel tem acompanhado o declínio das populações de corais em todo o mundo.
“As temperaturas da água estão subindo rapidamente e isso está estressando os corais até o ponto em que morrem. Com este ritmo de declínio não haverá muitos recifes deixados no planeta no final deste século”, disse Anders Meibom, professor do Instituto Federal Suíço de Tecnologia.
Porém, o coral no Mar Vermelho é diferente. “A maioria das variáveis que mensuramos, como o metabolismo energético ou a construção de um esqueleto, foi melhor”, afirmou o pesquisador Thomas Krueger.
“Isso sugere que estes corais têm vivido em temperaturas suboptimal agora e podem ser preparados para o aquecimento futuro do oceano”, completou.
De acordo com o SBS, os cientistas acreditam que o coral não só está sobrevivendo, mas prosperando, pois o coral no Golfo de Aqaba é altamente evoluído por causa de mudanças climáticas extremas na região.
As ramificações da descoberta podem ser significativas.
David Suggett, professor associado do Programa de Futuros Recifes da Universidade de Tecnologia de Sydney, disse que a descoberta poderia indicar um futuro diferente para as populações de corais do mundo.
“Todas essas descobertas são realmente emocionantes. O que estamos começando a aprender é que os corais têm sobrevivido em águas que são realmente quentes, ácidas, possuem muito pouco oxigênio e essas são as condições que previmos com a mudança climática”, esclareceu.
Em 2016, os cientistas australianos relataram que um trecho de 800 quilômetros da Grande Barreira de Corais havia morrido devido à alta temperatura da água; trata-se da pior deterioração registrada.
No próximo mês, o professor associado Suggett irá liderar uma expedição à Grande Barreira de Corais para tentar descobrir formas semelhantes de corais resilientes em águas australianas.
“Se podemos encontrar essas populações resistentes, pelo menos, isso nos oferece opções em termos de potencialmente restaurar o recife e ajudar a resiliência e recuperação”, disse.
A capacidade de restaurar parte do recife prejudicado com um coral mais resistente até agora não testada, mas é uma perspectiva que os especialistas descrevem como decisiva.