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AVANÇOS IMPORTANTES

2023 foi um ano de grandes vitórias para os direitos animais

Dez direitos animais conquistados este ano

29 de dezembro de 2023
Júlia Zanluchi
4 min. de leitura
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Foto: Ilustração | Freepik

Quando se fala sobre o ano de 2023, lembramos sempre dos episódios de calor extremo e das constantes discussões sobre como as mudanças climáticas estão prejudicando a natureza, os animais e a todos nós. Apesar disso, este foi um ano de muita evolução relacionada aos direitos animais ao redor do mundo.

Desde a proibição da exploração de animais em diversos setores de entretenimento, até a proibição do uso deles em testes, parece que a humanidade finalmente está começando a enxergar os animais como seres vivos, que sofrem, sentem dor e têm sentimentos.

No ramo do entretenimento, o famoso cabaré francês Moulin Rouge anunciou em maio que não apresentará mais nenhum número com animais em suas performances, incluindo os equinos explorados no show dos “cavalinhos”, uma atração do local desde a abertura em 1889. A mudança ocorreu pouco depois do estabelecimento icônico abolir apresentações com cobras pítons, garantindo que apenas humanos vão se apresentar nos palcos daqui para frente.

Já a Espanha se tornou a última nação a encerrar os espetáculos circenses com a participação de animais selvagens. A nova lei sinaliza uma proibição completa do uso de animais selvagens em circos nacionalmente. A lei também visa o comércio de animais selvagens, restringindo as espécies que podem ser mantidas como animais domésticos na país.

Pensando em animais utilizados no turismo, o Templo de Irinjadappilly Sri Krishna em Kerala, na Índia, recebeu um elefante mecânico realista para a cerimônia de nadayiruthal, uma tradição em que um elefante é oferecido aos deuses. O substituto do mamífero foi doado ao templo pela Peta Índia em troca do compromisso de nunca usar elefantes reais, permitindo que conduzam cerimônias seguras e livres de crueldade, poupando os elefantes reais do horror do cativeiro e da exploração.

No Egito, os camelos usados em atrações turísticas, como a Grande Pirâmide de Gizé, são espancados, puxados por cordas enfiadas no nariz, amarrados nos tornozelos e forçados a andar de joelhos, e o turismo irresponsável permite que esse abuso continue. Mas a Scott Dunn, uma das principais empresas de viagens de luxo do mundo, se tornou a primeira empresa de viagens a parar de vender passeios e pacotes envolvendo camelos.

Entre os países que aboliram testes em animais está o Reino Unido, que parou de emitir novas licenças para os testes feitos em coelhos, ratos, entre outros animais, para ingredientes usados exclusivamente em cosméticos, em maio. Em novembro, o Ministério do Interior confirmou que os testes também foram encerrados em todas as licenças antigas que restaram.

Outro local que teve mudanças em relação a testes em animais foi os Estados Unidos. Em fevereiro, dois anos antes do previsto, a Universidade de Wisconsin-Madison cancelou testes de descompressão em ovelhas, feitos para a marinha. Os testes causavam agonia nas ovelhas, podendo causar colapso cardiovascular, lesão medular e paralisia por conta da pressão na qual elas eram inseridas. Agora, a pressão está sobre a marinha dos Estados Unidos, que financiou os testes, e outras forças militares para interromper todos os experimentos em animais.

Após uma proibição em 2019, a Noruega fechou suas últimas fazendas de peles de animais, que seriam usadas em roupas, em janeiro, dois anos antes do planejado. Enquanto isso, a Lituânia aprovou uma lei que fechará as 40 fazendas de criação de mink e 30 de chinchila do país, poupando a vida de aproximadamente 1 milhão de animais que sofrem antes de serem mortos para o uso de suas peles a cada ano.

Em setembro, a Anheuser-Busch InBev, empresa dona da marca de cerveja americana Budweiser, se comprometeu a não mais cortar os rabos dos cavalos Clydesdale, usados nos comerciais e outras peças de marketing da empresa. Os cavalos precisam de seus rabos para equilibrar, espantar insetos, se comunicar, entre outras coisas.

O País de Gales se tornou a primeira nação do Reino Unido a proibir horríveis armadilhas com cordas que mutilam animais. Animais que ficam presos nessas armadilhas, raposas, coelhos, corujas e até cães e gatos, podem sofrer por dias e até tentar roer seus membros em uma tentativa desesperada de escapar.

E por último, após anos de pressão nacional e internacional, a Coreia do Sul finalmente propôs uma proibição que pouparia milhões de cães da agonia de viver apenas para serem abatidos para o consumo humano de sua carne.

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