A ursa-parda Úrsula, que há anos é explorada para entretenimento no Parque Estadual Dois Irmãos, no Recife (PE), finalmente deixará o recinto do zoológico para viver em um espaço adequado, amplo e arborizado, no Santuário Rancho dos Gnomos, no interior do estado de São Paulo.
A transferência da ursa é resultado do novo plano diretor do zoológico, que prevê a transferência de grandes animais que não integram a fauna do Nordeste. Por pertencer a uma espécie exótica, Úrsula sofre com as altas temperaturas do Recife e, na cidade paulista de Joanópolis, poderá desfrutar de um clima mais ameno e de um recinto com mais enriquecimento ambiental.
A ursa vive no zoológico do Recife desde 2003, quando foi levada ao local junto de seu irmão Zé Colmeia, que morreu em maio deste ano em decorrência de problemas respiratórios. O objetivo dos fundadores do santuário era transferir os irmãos para que, juntos, pudessem aproveitar a nova vida no Rancho dos Gnomos. Os planos, no entanto, não puderam se concretizar por conta da morte inesperada de Zé Colmeia.
Prestes a viver um final feliz
Com a operação de transferência iniciada, falta pouco para Úrsula ter o seu próprio final feliz. Na segunda-feira (20), os fundadores do Rancho dos Gnomos, Silvia e Marcos Pompeu, anunciaram que haviam dado início “aos preparativos do complexo operacional” para seguirem viagem nesta semana “rumo à honrada missão em prol da vida nova à querida irmã Úrsula”.
O casal, que disse estar bastante emocionado, informou que uma carreta do santuário, que será utilizada pela ursa, já está sobre o caminhão da empresa Porto Seguro a caminho do Recife. “Muito em breve, a Úrsula estará junto aos ursinhos Mizar, Verrú e Durga, desfrutando do arzinho fresco das montanhas e da paz do santuário”, afirmaram Silvia e Marcos.
A transferência da ursa também foi comemorada pela jornalista e ativista da causa animal Goretti Queiroz. Presidente do Movimento de Defesa Animal e do Projeto SOS Cavalos, a jornalista disse que está “muito emocionada e feliz em fazer parte dessa nova vida que o Rancho dos Gnomos está proporcionando à Úrsula”.
“Você imagina ser retirada da sua família, do seu habitat para ser explorada e sem nenhuma perspectiva de vida?”, questionou a ativista ao propor uma reflexão sobre os animais silvestres e exóticos – isso é, que não são nativos do país onde vivem em cativeiro – explorados por zoológicos que vendem ingressos para lucrar ao objetificá-los e tratá-los como “coisas” em exposição.
Em uma publicação nas redes sociais, Goretti fez questão de lembrar que “existem pessoas que se preocupam” com os animais mantidos em zoológicos e que lutam por eles.
“O grande dia chegou! Após anos incontáveis vivendo confinada, finalmente a Úrsula, que hoje vive no zoo do Recife, será livre para viver num ambiente mais próximo à sua realidade e habitat natural”, concluiu a ativista.
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