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EXTINÇÃO

Botos amazônicos estão espalhados pelos rios do Amapá, segundo estudo

As espécies são de botos-cor-de-rosa e do gênero Sotalia (tucuxis e botos cinzas)

31 de julho de 2021
Bruna Galati | ANDA Redação
2 min. de leitura
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Boto-cor-de-rosa/WWF-Brasil

Os pesquisadores brasileiros acreditavam que os botos não poderiam ser animais presentes nos rios do Amapá, já que não há ligação com a bacia amazônica e não tem vias de acesso para esses animais. Mas ao agruparem dados da região sobre a distribuição desses cetáceos entre 2008 e 2020, encontraram botos amazônicos no Cassiporé e em mais de 6 mil km de rios do estado.

O levantamento foi publicado no periódico científico Aquatic Mammals e foi conduzido por pesquisadores do WWF-Brasil, do Instituto Mamirauá e do Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá (IEPA).

Foram identificados 148 registros de botos-cor-de-rosa e do gênero Sotalia (tucuxis e botos cinzas) na região. ” Tudo é novo, pois não havia nada publicado sobre estes animais naquela região. Estamos escrevendo a história dos mamíferos aquáticos do Amapá agora”, afirma Miriam Marmontel, líder do Grupo de Pesquisa em Mamíferos Aquáticos Amazônicos do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, em comunicado oficial.

As três espécies estão ameaçadas em algum nível. Os botos-cor-de-rosa estão na lista de animais em perigo de extinção do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), o boto cinza é considerado “vulnerável” e o tucuxi está em “quase ameaçado”. Segundo pesquisadores, isso é consequência da modificação de seus habitats, distribuídos em apenas 14 países na Ásia e na América do Sul.

Os cientistas ainda estão tentando entender como os botos amazônicos conseguiram chegar ao rio Cassiporé. “Acreditamos que em épocas de grande vazão do rio Amazonas tenha sido possível uma migração destes animais por uma região próxima à costa onde, durante esses períodos, forte fluxo de água doce forma a pluma do rio Amazonas”, diz o especialista em conservação do WWF Brasil, Marcelo Oliveira.

Eles também questionam como será a relação desses botos com o mangue e se eles seguem migrando para outros rios pelo mar.

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