Ontem à tarde, os animais que ainda lutam pela vida após o rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, Minas Gerais, começaram a ser mortos. A ação foi confirmada ao Estadão pelo coronel Evandro Geraldo Borges, chefe da Defesa Civil de Minas Gerais.
“O que vamos fazer? Deixar o animal sofrendo? Estamos sim, com equipe em campo executando esse trabalho, mas essa decisão só é tomada nos casos em que não há outra opção”, argumentou Borges.
As execuções estão partindo de um helicóptero da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Um agente armado com fuzil dispara contra os animais vivos que é capaz de identificar. A ordem é matar animais ilhados, presos na lama ou feridos.
“Não tem jeito. Tem animal preso, outro com perna quebrada. Temos de fazer escolhas, de retirar as pessoas, ir atrás de sobreviventes. Tudo que está sendo feito foi pensado. É isso”, justificou o coronel.
A iniciativa tem gerado muitos comentários negativos, de pessoas enfatizando que matar os animais em vez de tentar resgatá-los é apenas uma manifestação de indiferença em relação ao valor da vida animal.
Ontem, a ativista Luisa Mell denunciou que ela e outros ativistas foram voluntariamente até Brumadinho, compraram tapumes para o resgate, o que a Vale não quis comprar, e ainda assim não os deixaram entrar nem para fazer o mapeamento dos animais. Segundo Luisa, a única preocupação da empresa é com a própria imagem: “Eles não querem que as pessoas filmem a tragédia. Não queriam que entrássemos com celular”, lamentou.
É válido lembrar que no último domingo o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) pediu que a Vale elaborasse um plano emergencial de localização, resgate e cuidado dos animais atingidos pelo rompimento da barragem do Córrego do Feijão. No entanto, o pedido não foi atendido.