Porque onde não há veganismo há exploração e morte – isso é apenas uma questão de tempo. O veganismo é um imperativo moral sob a perspectiva da imprescindibilidade e da incontestabilidade, não da arbitrariedade. Até porque quem impõe algo somos nós as outras espécies quando decidimos quando e como elas devem nos servir.
Se as pessoas não concordam em se abster de encarar animais como fontes de produtos, então elas concordam com a exploração e com a matança de animais, já que os dois elementos estão associados. Não matar seres humanos também é um imperativo moral, já que sabemos quais são as implicações disso, e não falo sob uma perspectiva legal, mas sim de estado de senciência e consciência, além do construto social.
Se posso não causar dor por que causá-la? Se posso não interferir negativamente na vida de alguém, humano ou não, por que fazê-lo? Se você entende que isso é desnecessário e errado, você compreende essa premissa como um imperativo moral, porque você considera inadmissível “escolher comer algo” que custa condicionamento, privação, sofrimento e/ou morte.
Não há alimentos ou produtos de origem animal se não nos apropriarmos do que pertence a seres de outras espécies. E nessa apropriação nos colocamos em posição de discricionariedade. Afinal, passamos a estimular e a financiar a geração de vidas de outras espécies somente para atender interesses pautados em nossos gostos e vontades.
O que significa que os interesses dos animais não fazem a menor diferença quando o que queremos é usufruir daquilo que não é essencialmente produzido por nós, mas que gostamos de dizer que sim, já que temos os instrumentos necessários para favorecer tal produção. Mas se o que produzimos não é mormente gerado por nós como podemos dizer que somos, de fato, produtores?
Acredito que o veganismo é um imperativo moral porque não cabe suscetibilidade e relaxamento. Afinal, sob a perspectiva vegana, você não acorda e diz: “Hoje comerei algo que custou a vida de um animal que não queria morrer.”