Redação ANDA – Agência de Notícias de Direitos Animais
Cientistas do Worcester Polytechnic Institute (WPI), em Worcester, Massachussetts (EUA), criaram um coração feito a partir de uma folha de espinafre que pode salvar 115 milhões de animais torturados em pesquisas, além de ser uma solução para a escassez de órgãos e tecidos humanos utilizados em transplantes.
Embora a maioria saiba que a ingestão do espinafre é saudável para o coração, os cientistas do WPI encontraram uma maneira de transformar o vegetal em tecido vivo do coração, usando a estrutura vascular natural da planta, segundo informações do MarketWatch.
“Começamos a analisar se as células cardíacas continuarão a se contrair nesta folha de espinafre e isso acontece. Elas parecem permanecer contrácteis por um longo período de tempo. Elas parecem e agem como células cardíacas normais quando estão lá”, disse Joshua Gershlak, membro do WPI.
A dificuldade de imitar o tecido do coração é o envolvimento de pequenos vasos sanguíneos do órgão – com somente entre cinco a 10 micrômetros de largura, consideravelmente mais finos do que o cabelo humano médio.
Para trabalhar com a folha de espinafre, os cientistas precisaram remover toda a planta verde da folha, deixando apenas a celulose – as paredes celulares resistentes que ficam em torno das células vegetais.
Como os pesquisadores apontaram, a celulose é altamente compatível com tecido vivo e abundante. As folhas foram higienizadas com uma solução de limpeza para remover suas células, um processo conhecido como descelularização, que durou cerca de sete dias.
A descelularização também deve ser realizada com tecidos e órgãos humanos, mas muitas vezes ocorrem inconsistências. Esse é um processo que ainda está em desenvolvimento.
No futuro, as plantas de espinafre podem ser úteis para pacientes com ataque cardíaco e tecido danificado, além de serem uma solução ética, ao contrário dos experimentos em animais.
“Embora seja necessária uma investigação mais aprofundada para entender as aplicações futuras desta nova tecnologia, acreditamos que ela tem o potencial de se tornar uma solução ‘verde’ pertinente a uma série de aplicações de medicina regenerativa”, escreveram os cientistas em um artigo publicado na Science Direct.