Para muita gente, tirar a carne da alimentação vegetariana é lutar pelo direito dos animais. Paul McCartney, vegetariano convicto desde os anos 1970, que o diga. Para outros, é uma questão ideológica, quase política. E para uma imensa turma, o vegetarianismo é sinônimo de uma vida mais saudável.
O ultramaratonista catarinense Daniel Meyer, 31 anos, tornou-se vegano, corrente que exclui da alimentação qualquer produto de origem animal, em 2005. “Conheci o veganismo por acaso. Na época, o que eu procurava era otimizar ao máximo minha alimentação, visando a melhoria de meu desempenho esportivo. No entanto, quanto mais eu pesquisava sobre nutrição, mais material sobre dieta vegetariana eu encontrava. Após muita pesquisa e estudo, eu fiquei convencido de que os alimentos de origem animal eram completamente dispensáveis à saúde humana”, conta Meyer.
Depois de ser campeão do Desafio Praias e Trilhas 84 km (2008), do Mountain Do Praia do Rosa (2011) e do Multisport Brasil (2011), entre outras conquistas, o corredor criou com um grupo de amigos, a Equipe Multiesportiva Força Vegana, para promover a filosofia vegetariana por meio do esporte. “Minha vida como atleta está completamente vinculada ao veganismo. Promover e difundir o movimento vegano é meu objetivo primordial como atleta.”
Não importa por que motivo você eliminou (ou ainda vai eliminar) alimentos de origem animal da sua alimentação. O que não pode é simplesmente substituir um bife por um prato de macarrão porque, se fizer isso, seu corpo vai se ressentir de nutrientes. “A adoção de uma dieta vegetariana é totalmente compatível com a prática esportiva, desde que bem planejada para evitar deficiências nutricionais. É importante que os vegetarianos estejam atentos à ingestão de proteínas, vitamina B12, zinco, ferro e outros nutrientes”, alerta Fabiana Honda, da Patrícia Bertolucci Consultoria em Nutrição, de São Paulo.
Deixar de lado carnes e peixes também tem um efeito positivo sobre a saúde do coração. Estudo publicado na revista American Journal of Clinical Nutrition mostrou que os vegetarianos têm 32% menos probabilidade de morrer ou precisar de tratamento médico em decorrência de doenças do coração, além de terem níveis mais baixos do mau colesterol e de pressão arterial. “É importante ressaltar, no entanto, que ser vegetariano não é um atalho para um coração saudável, pois há muitos pratos vegetarianos com altos níveis de gordura saturada e sal”, afirma Tracy Parker, da British Heart Foundation. Mais: os níveis de colesterol dos vegetarianos chegam a ser de 14% a 35% menores (em veganos), assim como a pressão arterial.
*Por Sportlife em parceria com a Kanui
Fonte: Catraca Livre