Por Giovanna Chinellato (da Redação)
A Associação Catarinense de Proteção aos Animais (ACAPRA) recebeu dezenas de denúncias de alunos da Fundação de Administradores de Santa Catarina. O motivo foi a aula de “Ética e Responsabilidade Social” do professor Adelcio Machado dos Santos, que passou mais de 40 minutos defendendo a Farra do Boi, tentando convencer o quanto a “tradição” faz “bem” ao povo.
Ele defendeu que as crianças devem treinar desde pequenas em ovelhas e usou termos ofensivos ao criticar grupos que se opõem à barbárie. Metade dos alunos saiu da sala.
A Farra do Boi é proibida desde 1997 por um adendo à Lei Federal 9605/98, conquistado por meio de ação civil pública (recurso que parte da manisfestação do próprio povo).
Apesar dessa lei que exige um ano de detenção a participante ou autoridade que se omita a impedir a farra, ela continua acontecendo semanalmente na capital catarinense e em cidades vizinhas como Governador Celso Ramos.
A barbárie começa após horas de bebedeira, tarde da noite, em regiões de mangue e morro. Um boi comprado com dinheiro de todos é solto em uma roda de homens embriagados armados de paus e pedras que serão usados para bater no animal e perseguí-lo até a exaustão. O desespero do boi chega ao extremo de bater com a cabeça repetidamente em muros ou se afogar no mar numa tentativa de fuga.