Por Natalia Cesana (da Redação)
A morte de uma girafa no Surabaya Zoológico, na Indonésia, com cerca de 20 kg de plástico no estômago, continua chamando atenção devido às escandalosas condições a que os outros animais são submetidos. As informações são do jornal Daily Mail.
Tigres definhando, 180 pelicanos amontoados em uma gaiola de tal forma que não conseguem abrir as asas sem bater em outros pássaros. O zoológico é marcado pela reprodução descontrolada, pela falta de financiamento voltado para o bem-estar animal e pelas suspeitas de que funcionários estariam envolvidos no tráfico de animais silvestres.
Espécies raras, como o dragão de Komodo e orangotangos, estão em jaulas insalubres, sendo alimentados com amendoins jogados pelos risonhos visitantes.
“A situação é extremamente trágica, mas claro que isso não surpreende em zoológicos da Indonésia, dada a terrível forma como eles são administrados”, afirma Ian Singleton, ex-funcionário que agora dirige um programa de conservação de orangotangos na ilha de Sumatra.
O zoológico entrou na linha de fogo há dois anos quando foram divulgados relatos de que em média 25 dos 4 mil animais ali existentes morriam todos os meses, quase todos prematuramente. Nesta lista estavam inclusos leões africanos, tigres da Sumatra e muitos crocodilos.
O governo nomeou um experiente tratador para consertar a situação e a taxa de mortalidade caiu de 25 para 15 animais ao mês. Mas depois da morte da girafa ele desistiu do cargo.
“É preciso nada menos que uma renovação total, Precisamos pensar em privatização e em transferência de alguns animais”, disse Singleton.
Com ingressos custando menos de US$ 2.00, os críticos dizem que não há dinheiro suficiente para cuidar dos animais, muito menos investir em melhorias nas instalações do zoológico. Um dos maiores problemas é a superlotação.
Enquanto a maioria dos zoológicos limita o número de animais nascidos em cativeiro – levando em consideração quantos poderão ser cuidados ou trocados entre outros zoológicos – a noção de ‘planejamento familiar’ ainda não decolou no país.
Anticoncepcionais são caros e não existem instalações adequadas para separar machos e fêmeas. Por isso, os animais se reproduzem excessivamente.
Os 180 pelicanos são mantidos em uma área do tamanho de uma quadra de vôlei. Perto dali, 16 tigres ficam em uma espécie de prisão com grades de concreto. Uma tigresa branca está coberta de lesões na pele. Como sai raramente, ela sofre também de complicações na coluna que dificultam que ela se levante e caminhe.
Nota da Redação: Zoológicos são centros de confinamento, onde os animais são condenados a viver em um ambiente artificial e distante da natureza a que pertecem e de onde foram cruelmente retirados pelas mãos humanas. A consequência de ainda existirem zoológicos é um sofrimento sem fim de seres torturados por uma triste vida em cativeiro – uma realidade deprimente e da qual devemos nos envergonhar.