Uma organização de direitos animais iniciou uma investigação secreta em novembro de 2023 e encontrou evidências de funcionários de zoológico estavam maltratando preguiças. De acordo com a investigação, os empregados batiam nos animais com garrafas de água e manuseavam elas de maneira brusca, além delas serem mantidas em condições apertadas e estressantes.
A Sloth Encounters, localizada na cidade de Islip, em Nova Iorque (EUA), já havia recebido da organização Humane Society uma reclamação por explorar dos animais para o entretenimento, expondo preguiças, cangurus e capivaras filhotes ao contato de visitantes despreparados. Os clientes pagam 50 dólares para passar meia hora segurando, alimentando e acariciando os animais do estabelecimento.
Em dezembro de 2023, a Humane Society enviou um relatório investigativo de 10 páginas ao Departamento de Agricultura, acusando o estabelecimento de violar a Lei de Bem-Estar Animal federal. A lei estabelece regulamentações para o cuidado e bem-estar de certos animais comumente encontrados em exposições e ambientes de pesquisa.
“Nosso investigador documentou o quão deplorável é essa operação e a extensão do abuso em busca de lucro”, disse Brian Shapiro, diretor do estado de Nova Iorque da Humane Society. “Preguiças são animais tímidos, noturnos e arborícolas, singularmente inadequados para interações públicas, no entanto, estão sendo submetidas a manuseio estressante por estranhos quase diariamente. Isso é o pior pesadelo de uma preguiça.”
O relatório afirma que Larry Wallach, o proprietário da Sloth Encounters, tem uma extensa história de violações da lei. De acordo com o relatório, “entre 2010 e 2023, o Departamento de Agricultura dos EUA citou Wallach 28 vezes por violações da Lei de Bem-Estar Animal, incluindo causar traumas e estresse em preguiças, manuseio inseguro que levou um membro do público a ser ferido por uma preguiça, manter animais em condições sujas e bagunçadas, além de fornecer informações falsas aos inspetores [das condições do lugar e dos animais].”
Wallach está envolvido em um processo judicial com a cidade de Islip, no qual a cidade alegava que seu negócio era ilegal. Em julho de 2023, a Suprema Corte do Condado de Suffolk considerou ele um criminoso e ordenou que interrompesse as operações comerciais até obter as aprovações necessárias da cidade. Ele foi ordenado a pagar uma multa de 250 dólares por cada dia que o negócio permanecesse aberto sem as aprovações adequadas. A porta-voz da cidade, Caroline Smith, disse na quarta-feira (10) que as multas ainda não foram pagas e continuam sendo acumuladas.
A cidade de Islip divulgou uma declaração na terça-feira afirmando que estão indignados e farão esforços para garantir que Wallach seja responsabilizado. “Compartilhamos da indignação da comunidade quanto ao tratamento desumano desses animais e permanecemos firmes em nosso compromisso de buscar a aplicação de todas as penalidades permitidas sob a jurisdição da cidade. Voltaremos ao tribunal mais uma vez e não vacilaremos em nossos esforços para ver o Sr. Wallach responsabilizado por essas ações”, dizia a nota.