O Centro de Conservação da Fauna Silvestre (CCFS), conhecido como Zoológico de Ilha Solteira (SP), encerrou definitivamente as atividades de visitação pública. A medida, anunciada pela Rio Paraná Energia S.A., subsidiária da CTG Brasil, é um passo pequeno, porém importante, para o fim do aprisionamento de animais para entretenimento.
De acordo com a empresa, todos os animais seguem recebendo cuidados até que sejam transferidos para projetos de proteção da biodiversidade. A prioridade, entretanto, deve ser garantir que esses indivíduos sejam levados a santuários, onde possam viver em espaços mais amplos e adequados, sem a exploração intrínseca dos zoológicos.
A decisão, tomada em concordância com o Ministério Público Federal e com o aval do Ibama, representa uma significativa mudança de estratégia de proteção, que deixa de priorizar a exibição de animais em cativeiro para focar na proteção de habitats naturais e no monitoramento da fauna em vida livre.
O futuro pertence aos santuários
O aspecto mais importante desta transição, e que exige vigilância contínua da sociedade e dos órgãos fiscalizadores, é o destino final dos animais que ainda permanecem no local. A empresa informou que todos continuam recebendo os devidos cuidados até que sejam transferidos para “projetos de conservação da biodiversidade”.
É necessário que esses projetos sejam, prioritariamente, santuários reconhecidos, instituições que oferecem ambientes vastos e naturais, onde os animais podem viver com autonomia, longe da estresse da exibição pública permanente, e com o único propósito de fornecer um refúgio seguro para o resto de suas vidas. A transferência para outros zoológicos ou instalações similares seria um retrocesso inaceitável à conquista que este encerramento representa.
A devolução da área de 18 hectares à Cesp e seu provável fechamento e venda simbolizam o fim de um ciclo. O que antes era um ponto de atração turística, recebendo milhares de visitantes por ano, agora dá lugar à esperança de que cada indivíduo ali sob custódia tenha, finalmente, a oportunidade de expressar seus comportamentos naturais em um ambiente que respeite sua dignidade e natureza.
O fechamento do Zoológico de Ilha Solteira é um reconhecimento oficial de que a verdadeira proteção não se faz através de grades, mas cuidando de ecossistemas inteiros e pelo compromisso de permitir que cada animal, seja qual for sua história, tenha direito a uma existência digna e livre, como sempre deveria ter sido.