Por Patricia Tai (da Redação)

Nas últimas duas décadas, o número de leões africanos no mundo foi reduzido pela metade. Mas na tentativa de não deixar que o declínio das espécies se torne uma questão incômoda em sua tradição de explorar animais para entretenimento humano, um zoológico da China adotou uma medida bizarra para completar a sua exposição, tentando fazer um cachorro peludo se passar por um leão feroz. As informações são do TreeHugger.

Segundo a BBC, o zoológico, localizado em Louhe City, recorreu a um cão da raça Mastim Tibetano de pelos longos e dourados como um substituto para o grande felino. Para pessoas distraídas ou que não enxergassem bem, a aparência do cão poderia ter convencido um pouco, mas o ardil vinha rapidamente à tona quando o animal emitia latidos.

De acordo com uma reportagem do Beijing Youth Daily, a fraude foi descoberta quando uma mãe visitou o zoológico para mostrar ao seu filho “os diferentes sons que os animais produzem”. Quando chegaram à jaula cuja placa sinalizava “Leão Africano” e que também trazia uma descrição das características do animal, eles teriam ficado horrorizados ao ouvir o cão latir.

Outros visitantes manifestaram suas opiniões: “Este Zoológico está tentando nos enganar ao fazer cães passarem por leões”, disse um deles.

Funcionários do Zoológico disseram que o cão estava sendo usado para uma substituição temporária; o leão de verdade estaria em um breve “hiato” de exibição e foi levado para um centro de reprodução próximo.

A reportagem do TreeHugger termina comentando que, pelo ritmo de extermínio de felinos selvagens por todo o mundo, suas populações estão diminuindo na natureza e a exibição de criaturas falsas em zoológicos poderá se tornar uma tendência.

Nota da Redação: O fato bizarro pode levar à reflexão de que, se é inaceitável o confinamento de animais selvagens em zoológicos para entretenimento humano, ao perceber que não há mais tantos animais para serem colocados nesta situação pois suas populações já foram quase totalmente dizimadas pelos humanos, os zoológicos, não satisfeitos, acreditam poder simplesmente substituir aquelas espécies por outras. É como se fosse uma busca incessante pela manutenção de um status quo que já não mais se suporta, uma insistência esquizofrênica em algo que nunca deveria ter existido e muito menos perpetuado. E assim persiste um erro humano em cima do outro.