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VIDAS DESCARTADAS

Zoológico alemão executa doze babuínos saudáveis e causa revolta mundial

Ativistas denunciam política reprodutiva irresponsável e pedem fim da gestão utilitarista da vida animal.

30 de julho de 2025
Redação ANDA
2 min. de leitura
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Foto: AP

O assassinato de 12 babuínos-da-Guiné saudáveis no zoológico Tiergarten Nürnberg, na Alemanha, levantou um novo alerta global sobre as práticas cruéis e obsoletas adotadas por instituições que afirmam “proteger” a vida animal.

Os 12 animais foram mortos com tiros e, depois, seus corpos foram dados como alimento para os predadores do próprio zoo. A justificativa? Superlotação e falha nos métodos de contracepção.

A repercussão foi imediata: sete ativistas pelos direitos animais foram presos após uma ação de protesto dentro do zoológico. Uma das manifestantes colou as mãos no chão próximo à entrada como ato simbólico contra o massacre. A ação mostra o abismo entre o discurso e a prática das instituições que mantêm animais em cativeiro.

Nenhuma fêmea grávida foi morta, nem havia indivíduos incluídos em estudos científicos na execução.

Para organizações de defesa dos animais, a explicação de superlotação não convence. Christoph Maisack, diretor da Associação Alemã de Direito de Proteção Animal, foi categórico: “Permitir a reprodução descontrolada dos animais não pode ser justificativa para as mortes.”

A ONG Pro Wildlife apresentou uma queixa criminal contra o zoológico, classificando a ação como “evitável e ilegal”. “Animais saudáveis foram mortos porque o zoo manteve políticas reprodutivas irresponsáveis e insustentáveis por décadas”, afirmou um porta-voz.

A tragédia em Nuremberg remete a outro caso amplamente criticado. Em dois mil e quatorze, o zoológico de Copenhague matou a girafa Marius sob a justificativa de que sua carga genética não era interessante para o programa de reprodução. A necropsia foi exibida ao vivo, enquanto seu corpo era esquartejado e oferecido aos leões.

A imagem da girafa, caída diante de uma plateia de crianças, permanece como um marco da barbárie institucionalizada.

Zoológicos alegam atuar pela proteção das espécies, mas, na prática, tratam animais como peças descartáveis em um tabuleiro de controle genético e entretenimento humano. A lógica é utilitária e, quando a presença de um indivíduo se torna “inconveniente”, seu destino é a morte.

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