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DENÚNCIA DE PROTETORES

Zoofilia e morte: dono e funcionário de hotel para animais são presos por abusos

6 de março de 2025
2 min. de leitura
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Foto: Divulgação

A Polícia Civil deflagrou, nessa quarta-feira (5/3), uma operação que detectou maus-tratos a cachorros e suspeita de zoofilia em um estabelecimento intitulado Dogfun. O local funciona como hotel para animais, no Capão Redondo, zona sul de São Paulo. O dono da empresa, Erinaldo Severo, e um funcionário, Douglas, foram presos em flagrante.

Segundo o delegado que investiga o caso, João Batista Pires Blasi, da 1ª Delegacia de Investigações de Infrações Contra o Meio Ambiente, o local em que os cães foram encontrados estava extremamente sujo. A situação precária foi apontada em dois imóveis.

“Havia cães amordaçados e outros com uma das patas presas rente a cernelha do animal. Na origem, lida-se com um possível caso de zoofilia, no qual um animal, lá abrigado, morrera em condições suspeitas, tendo o canal do ânus dilacerado, embora o suspeito dissesse que o animal morrera dormindo”, explica ao Metrópoles.

Zoofilia e morte de cachorro

A autora da denúncia foi Marcella Maiolino, presidente da ONG Pet Friends. Ela, que resgata animais abandonados, usava o estabelecimento no Capão Redondo como lar temporário para animais até eles serem adotados.

Em dezembro de 2024, a ONG pegou um cão preto de porte médio, nomeado Bigode. Marcella o deixou no “hotel” enquanto o animal passava por um tratamento e recuperação pós-castração. Segundo a responsável pela organização, em pouco tempo, ele estaria disponível para adoção.

No entanto, em 5 de fevereiro deste ano, Marcella recebeu uma ligação do proprietário do espaço avisando que Bigode havia morrido. “Quando ele faleceu, achei estranho porque era um cachorro saudável. A minha conduta nesse caso é levar para a necropsia”, conta.

De acordo com o laudo, obtido pelo Metrópoles, a causa da morte foi uma sepse, com provável via de contaminação por laceração anal e lesão intestinal. Entre as constatações, estão “exposição da mucosa, sangramento e importante dilatação do esfíncter anal, com perda da conformação anatômica devido a possível penetração forçada”.

Além disso, a região escrotal do cão tinha edemas. Conforme o boletim de ocorrência, ele ainda passou por avulsão de dentes e pneumonia em virtude de bactéria identificada no trato intestinal.

Devido ao ocorrido, temerosa, a presidente da ONG já havia retirado outros 11 cachorros do estabelecimento. Uma cadela, inclusive, apresentou fissuras e assaduras na região do ânus.

Depois da operação policial no Capão Redondo, os mais de 30 cães que estavam no estabelecimento precisaram ser remanejados. A ONG Pet Friends os retirou de lá.

“Nossa maior dificuldade agora é falar com os tutores de mais de 30 animais que estão aqui”, explica Daniela Catelli, integrante da organização. “Estamos assumindo 30 animais além dos nossos 70. Não temos condições, mas não há o que fazer”, completa.

Tutores e protetores que haviam deixado animais com a Dogfun — alvo da operação policial — podem entrar em contato pelo Instagram da Pet Friends.

Fonte: Metrópoles

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