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Mudanças climáticas

Zonas oceânicas com menor taxa de oxigênio estão sufocando os animais

26 de agosto de 2021
Beatriz Paoletti | Redação ANDA
2 min. de leitura
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Foto: Ilustração | Pixabay

O pesquisador Francis Chan, da Universidade do Estado de Oregon, estava a bordo de um navio pesqueiro na costa de Oregon, EUA, quando percebeu junto dos tripulantes que muitos caranguejos já estavam mortos quando foram pescados.

A morte dos animais se deu, de acordo com o pesquisador, pela presença de áreas inabitáveis em grande parte da costa, que possuem pouca ou nenhuma oxigenação. São as chamadas zonas mortas.

Segundo Chan, uma nova zona morta surge todo verão na costa de Oregon. Esta maior ocorrência está relacionada com a piora das mudanças climáticas, que por sua vez estão incidindo em transformações no oceano que impactam negativamente a vida marinha. Ainda de acordo com o pesquisador, as mudanças climáticas se agravarem, as zonas mortas em oceanos aumentarão.

As zonas mortas estão aparecendo mais frequentemente devido às mudanças climáticas. Com o aumento de temperatura das águas, há uma menor capacidade de retenção de oxigênio das águas dos oceanos. As águas da costa de Oregon vêm do Japão, e já há cinco décadas que estão perdendo oxigênio.

Outra causa para as zonas mortas é o padrão de ventos e correntes, que estão alterados devido às mudanças climáticas. O vento e a corrente que se formam saindo da costa trazem água do fundo. Se a taxa é baixa ou inexistente de oxigênio na água, toda a coluna d´água também irá ficar.

Foto: Arya Surowidjojo 

Caranguejos sufocados

Os caranguejos quando são pescados em zonas mortas não conseguem fugir para outro local com mais oxigênio e acabam sufocando. E foi o que o pesquisador e os pescadores perceberam.

Além dos caranguejos Chan observou o peixe Linguado, animal comum do fundo, na superfície da água, tentando conseguir mais oxigênio.

Zonas Mortas: o difícil rastreio

Já é possível rastrear a formação de zonas mortas porque os equipamentos com sensores melhoraram, mas ainda são muito caros e exigem um treinamento técnico.

As limitações técnicas e financeiras dificultam a compreensão do surgimento das zonas mortas, e de que forma elas agem na vida marinha, conhecimentos esses que são necessários para garantir a preservação desses ambientes.

Outro desafio é compreender o impacto das zonas com pouco ou nenhum oxigênio na vida marinha. Ainda não se sabe em qual nível mínimo de oxigênio que os animais conseguem sobreviver, nem as consequências para eles. Não existe uma medida biológica clara que mostre que o organismo está estressado devido a pouco oxigênio.

As zonas mortas afetam também os pescadores da região, que diminuem sua produtividade.

 

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