O Zimbábue, mais uma vez, mancha suas mãos com o sangue de elefantes inocentes, seres que, como nós, formam laços familiares, choram seus mortos e têm direito à vida. Desta vez, ao menos 50 animais serão executados na Reserva Save Valley, sob a alegação de “excesso populacional”.
A decisão da Autoridade de Parques e Vida Selvagem do Zimbábue (ZimParks) fere frontalmente os princípios mais básicos do respeito à vida animal e levanta graves questões éticas sobre a forma como tratamos seres não humanos, sobretudo os mais vulneráveis, mesmo em seus próprios habitats.
O argumento ecológico não pode, e não deve, servir de desculpa para a violência institucionalizada. Um ecossistema saudável se preserva com consciência e não com mortes.
Com mais de 80 mil elefantes da savana africana, o Zimbábue abriga a segunda maior população desses gigantes gentis. No entanto, em vez de investir em soluções sustentáveis, como corredores ecológicos ou realocação não traumática, o governo opta pelo caminho mais violento: o massacre.
A justificativa oficial alega que a Save Valley, com seus 2.550 elefantes, excedeu sua “capacidade ecológica”. Se a natureza está em desequilíbrio, a culpa não é dos elefantes.
Quem realmente desequilibrou o ecossistema? Os elefantes, que vivem ali há milênios ou a ocupação humana, o desmatamento, a exploração comercial, a destruição de habitats, o confinamento de animais selvagens a espaços cada vez mais reduzidos?
O destino dos corpos é abjeto: a carne será distribuída como comida, transformando seres sencientes em mera refeição.