Vômito em animais pode ser um indício da existência de gastrites, hipersensibilidade a determinados alimentos ou componentes de rações, além de doenças hepáticas, renais, endócrinas e virais. Vomitar pode ser também um ato que indica dor.
A gastrite responsiva à dieta tem maior incidência em raças como lhasa apso, shih-tzu, yorkshire e maltês, por apresentarem mais sensibilidade no estômago. Mas a doença pode afetar também qualquer cão que seja alimentado com comida caseira muito temperada. O tratamento inclui acompanhamento veterinário e dieta controlada.
No caso de doenças endócrinas, que costumam ser silenciosas, o vômito é um dos primeiros sintomas.
Animais vomitam também após ingerirem um corpo estranho. Apesar de, neste caso, não haver sinal de doença, é preciso estar alerta, porque a ingestão de brinquedos, por exemplo, pode resultar na necessidade de um procedimento cirúrgico, no caso do organismo não conseguir se livrar naturalmente do objeto.
Ao notar que o animal permanece incomodado após vomitar ou perceber uma frequência de vômitos – mais de uma vez na semana ou semanalmente durante mais de um mês, por exemplo -, o tutor deve levá-lo ao veterinário para que, a partir da realização de exames, o caso seja investigado.
É necessário também ficar atento ao comportamento dos animais. Comer grama indica indução ao vômito e lamber o chão, a parede ou o focinho com frequência é sinal de náusea.
É preciso, entretanto, diferenciar o vômito da regurgitação. O primeiro é composto por alimento digerido, já a regurgitação é caracterizada por alimentos que são expelidos inteiros, já que são regurgitados antes mesmo de chegarem no estômago, podendo ser indício de doenças no esôfago, como o megaesôfago – dilatação no canal que impede a chegada do alimento ao estômago, causando fome e, por consequência, agitação, que leva à regurgitação – ou a esofagite, na qual a passagem do alimento provoca queimação, fazendo com que ele seja regurgitado.
Se feita de forma abrupta, a troca de ração também pode provocar vômito, além de alterações nas fezes ou diarreia – que são, inclusive, sintomas mais comuns em resposta à mudança da alimentação. Sendo assim, o recomendado é fazer a troca de forma gradual, misturando a ração antiga com a nova.
O uso de leite ou água oxigenada como remédios caseiros não é indicado, já que além de não terem eficácia comprovada, podem causar ainda mais vômitos e danificar o esôfago. As informações são da Gazeta do Povo.
Vômito nos gatos
Nos gatos, a situação deve ser analisada de forma diferente. Isso porque eles costumam vomitar bolas de pelo na época de troca da pelagem, o que não indica doença, mas sim algo natural à espécie.
“Os gatos seguram o vômito, o que faz com que cheguem ao veterinário com uma gastrite ou sem comer por longos períodos. Isso vai piorando o quadro geral dele”, afirma a médica veterinária Paloma Bittar.
Outra causa do vômito é a ingestão de gramíneas e objetos como linhas, com os quais os gatos costumam brincar.
Estresse e problemas crônicos, como doença inflamatória intestinal e linfoma alimentar, raramente causam vômito nos gatos. Por isso, é preciso que os tutores estejam atentos a mudanças de comportamento, como comer menos ou ficar quieto, que podem indicar a presença de alguma enfermidade.