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VÍTIMAS DA GUERRA

Voluntários de ONG resgatam animais deixados presos em casas da Ucrânia

Ucranianos se mobilizaram para criar uma patrulha e resgatar animais domésticos deixados para trás desde a invasão russa

31 de março de 2022
Thayanne Magalhães l Redação ANDA
4 min. de leitura
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Foto: Instagram / @zoopatrulkyiv

Desde o início da guerra, os ucranianos se organizaram na ONG Zoopatrol para resgatar e acolher os animais domésticos deixados para trás pelas famílias que fugiram para as fronteiras.

“Nossa organização está operando desde três de março, mas ainda há muito o que fazer. Pessoalmente, nunca resgatei animais. Já alimentei alguns abandonados nas ruas, mas nunca fui voluntário. Agora sou o principal coordenador da Zoopatrol. Os fundadores de nossa organização – Dmytro Revnyuk e sua esposa Hanna Revnyuk – estão atualmente cuidando de alguns assuntos urgentes: um bebê recém-nascido”, contou um voluntário.

Ele relata que os envolvidos estão trabalhando desde o início da guerra para criar uma organização voluntária de resgate aos animais e defesa de seus direitos. “Apesar do tempo curto, conseguimos nos unir bem rápido, criando um time produtivo com 20 coordenadores, administradores, assistentes e 13 pessoas patrulhando”.

O voluntário explicou ainda que, antes de tudo, foi criado um formulário simples no Google que também foi lançado no Facebook e no Instagram. “Até a metade do mês, já tivemos um total de 714 inscrições. Criamos um call center e nossos telefones e contatos foram distribuídos em todos nossos meios de comunicação. Muitas pessoas nos conhecem agora e reportam animais em risco”, explicou.

“Temos diversos métodos para resgatá-los. Primeiro, os salvamos de definhar e se desidratar. Fazemos um buraco na porta ou na parede, para passar comida e água. Assim, conseguimos não apenas alimentar, mas também libertar gatos. Se não conseguirmos retirar o animal, colocamos farinha no chão do apartamento e deixamos uma tigela de água e comida. Depois, pedimos para um vizinho olhar no dia seguinte”, continuou.

O voluntário explica que, com a farinha, é possível descobrir se um gato andou ou não e se está ou não vivo. “O último recurso é quebrar a fechadura e substituí-la. É claro que nós abrimos as portas apenas com a permissão dos proprietários, se eles nos mandarem documentos e gravarem uma mensagem em vídeo, confirmando sua identidade e consentindo a entrada”.

A maioria dos animais são levados pelos vizinhos mas, às vezes, esses cães e gatos ficam em casa e seus tutores combinam com amigos ou vizinhos para supervisioná-los e alimentá-los. Se a situação é crítica, nós encontramos um abrigo temporário para esses animais. Se não acharmos, nossos patrulhas levam os animais resgatados para casa.”

“Até a metade do mês, já resgatamos 138 animais, na maioria cães e gatos. Mas não vamos parar”, garante.

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