O voluntário Dennis Selevina, de apenas de 15 anos, foi brutalmente morto enquanto tentava salvar os animais que ainda estavam presos no zoológico Feldman Ecopark em Kharkiv, na Ucrânia. O local estava sendo alvo de ataque e o adolescente tentava abrir os recintos para soltar os animais em situação de vulnerabilidade. Ele foi atingido por uma bomba e chegou a ser socorrido, mas morreu 30 minutos depois. Os pais do jovem choraram e entraram em estado de choque no momento que receberam a notícia.
Desde o início do conflito, pelos menos cinco pessoas, além de Dennis, morreram ajudando na retirada de animais do zoo. Não há informações sobre a atuação do rapaz na causa animal. Até momento, segundo informações apuradas pelo portal UPI, ele fazia parte do grupo de voluntários de Kharkiv que se uniu para ajudar os animais do Feldman Ecopark após o diretor do zoo anunciar que condenaria todas as espécies mantidas em cativeiro à morte. Os pais de Dennis não quiseram dar entrevistas.
Uma heroína
A ativista ucraniana Anastasiia Yalanskaya foi morta junto com outros dois voluntários após ir de carro até um abrigo para cães e gatos entregar suprimentos. O carro da jovem foi alvejado propositalmente por tropas russas. O marido de Anastasiia afirma que ela teve oportunidade de deixar o país, mas afirmou que não dexaria os animais abandonados e em situação de vulnerabilidade para trás. Ela estava disposta a abrir mão da própria vida para cuidar dos mais indefesos.
O marido conta que o abrigo que ela foi ajudar estava cercado por tropas russas, mas os animais estavam sem comida há mais de três dias. “Pedi a ela que fosse mais cautelosa. Que hoje em dia, um erro custa muito caro. Mas ela estava ajudando todos ao redor. Pedi a ela que pensasse na evacuação, mas ela não ouviu”, disse o seu companheiro, Yevhen Yalanskyi. Os últimos stories de Anastasiia a mostram feliz entregando os mantimentos e recebendo carinho dos animais.
O carro da jovem foi encontrado na beira de uma estrada crivado de balas. Os outros dois voluntários que a acompanhavam não tiveram a idendidade divulgada. “Ela era um dos melhores seres humanos que eu conhecia. Ela estava empenhada em ajudar, ajudar seus amigos e parentes e quem precisasse de ajuda. Ela adorava animais. Tínhamos um cachorro e um gato. Ela foi a melhor parceira que eu já tive”, finalizou Yevhen, que adminirava profundamente a esposa.
Mais perdas
Ativista Alexandra (Sasha) Polishchuk faleceu após sua casa ser atingida por bombas russas em Odessa, na costa da Ucrânia. Os animais tutelados por Sasha e o seu filho sobreviveram, mas precisam de ajuda. Uma campanha foi criada para arrecadar recursos para amparar os cães e gatos resgatados pela ativista, que é lembrada por sua coragem, bondade e amor infinito por todos os animais.
Sasha estava usando suas redes sociais para denunciar ao mundo os horrores da invasão russa. Em sua última postagem nas redes sociais, ela detalhou o caos que estava na região. “As casas vizinhas estão sem vidro, muitas sem telhados e cercas, tubulação de gás de alta pressão estourada, fios elétricos arrancados”, disse em uma publicação.
Ela falou ainda sobre animais em risco. “Entre casas residenciais, funis de bombas de ar, na estrada que sai do ponte para Odessa queimada, carros e veículos militares apreendidos. Nos arredores de Antonovka uma cabra está gritando. Desesperadamente e histericamente gritando”, lamentou a ativista, que não parava de pensar em formas de ajudá-los.
Sasha também falava sobre o amor por todos os seus resgatados e como tinha esperança do fim do conflito. “Em meio a explosões, tiroteios e lutadores delirantes, a paz de espírito deles [os animais] é um presente. Olhar para eles me faz acreditar que vamos avançar”, acreditava.