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VIDA PRECIOSA

Voluntário caminha sobre muro e pula na água para resgatar gata presa há dias em Canoas (RS)

13 de maio de 2024
2 min. de leitura
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Foto: Reprodução

Caminhando por cima de um muro e usando um pedaço de madeira, o voluntário Alex Abel tentava acessar uma das centenas de casas inundadas no bairro Mathias Velho. Somente de barco foi possível chegar na Rua Campinas, onde a gata Mili estava presa no segundo andar de casa desde que o rio invadiu a cidade.

Dentro do barco, a tutora Camila Vaz Peixoto acompanhava apreensiva a tentativa de resgate. Pelos dias sem comida, temia que a gata já estivesse sem vida.

“Eu não estava em casa e depois que aconteceu não tinha mais como vir. Jamais deixaria ela ali, não teve uma noite que não dormi pensando nela”, disse a mulher, que está abrigada na casa da mãe em Gravataí.

O resgate foi transmitido ao vivo na Rádio Gaúcha. Alex Abel primeiro se equilibrou sobre o muro e depois precisou nadar até a escada de acesso ao segundo piso da casa. A profundidade nesse ponto passava de 2,5m. Dentro da casa, Abel procurou o animal por duas vezes.

“Não está aqui”, anunciou Abel na porta, antes de voltar a procurar.

Depois de vasculhar a casa, a gata foi encontrada dentro do armário, embaixo de uma pilha de roupas. Alex conta que ela estava quieta e tentou fugir quando notou que foi vista. A alternativa foi capturar com uma coberta e colocar Milli dentro de uma caixa de transporte.

Para levar a gata de volta ao barco, uma prancha foi amarrada em uma corda e arremessada até a casa. A caixa de transporte por puxada cuidadosamente boiando sobre a prancha.

“A gente vai pra casa, meu amor. Tá assustada? A gente vai pra casa”, dizia Camila, enquanto a gata miava. O som foi capturado pelo microfone da Rádio Gaúcha.

Para Alex Abel retornar, a mesma prancha foi arremessada e ele foi puxado. Ofegante, ao chegar no barco, declarou ao vivo:

“Potter, assim como o saudoso e querido David Coimbra, depois que tudo isso passar, vamos nos juntar e tomar alguns chopes cremosos”.

Morador do bairro, Alex Abel também é vítima da enchente. Na casa dele, nem o telhado ficou de fora.

“Se eu tiver forças e tiver condições de ajudar, eu vou ajudar. E assim como eu, tem muitos heróis anônimos que não vão aparecer. Tem pessoas que tiramos da água e ficaram ali ajudando, pessoas que perderam entes queridos, familiares e continuaram ajudando”, disse.

Fonte: GZH

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