A publicitária Izabela Falci Junqueira procurou a Polícia Civil do Rio para denunciar que seu cachorro foi envenenado. O caso aconteceu no Jardim Oceânico, na região da Barra da Tijuca, zona oeste, no mês passado.

O que aconteceu

Izabela relata que, no dia 5 de maio, Dior, seu cachorro de 14 anos da raça buldogue francês, começou a passar mal, após chegar de um passeio pelas ruas do bairro. Estranhando a situação, a publicitária levou o animal até uma clínica veterinária.

Ele passou mal, com muitas dores abdominais horas depois de um passeio que a gente faz todo dia. Começou com muitos vômitos e evacuando fezes com um pouco de sangue.

“Algumas horas depois de chegarmos em casa [após voltar da clínica], percebi que o Dior estava quieto. Agachei até a caminha dele e quando me aproximei, ele tentou avançar. Aquilo para mim foi um sinal muito estranho, já que ele nunca teve uma reação dessa. Eu comecei a passar a mão nele e quando toquei na barriga percebi que estava muito estufada e ele sentiu dor”, lembra Izabela Falci.

O animal passou por exames e foi diagnosticado com pancreatite, peritonite e gastrite severa. A principal suspeita dos veterinários, segundo a tutora, é de que o animal teve uma intoxicação por envenenamento.

“Ele corria risco de morrer, ficou internado por uma semana e quando voltou a se alimentar eu segui o tratamento em casa. Foi terrível e não gosto nem de lembrar. Hoje ele está bem, mas ainda tem vômitos e só consegue comer alimentos em pasta”, pontua a tutora.

A publicitária suspeita que Dior teve um envenenamento por algum tipo de substância que tenha sido jogada nas calçadas do bairro para evitar o surgimento de mato. Segundo ela, diversos vizinhos relataram sintomas semelhantes em seus animais e dois morreram.

“Acredito que tenha sido em envenenamento acidental, que alguma pessoa está jogando veneno nas calçadas, canteiros e jardins para manter a limpeza ou até mesmo para matar os ratos, que são bastante frequentes por aqui. Mas a situação precisa ser investigada e não pode continuar acontecendo porque tem muitos cachorros sofrendo com esse envenenamento”, afirma Izabela.

Após as denúncias dos moradores à polícia, a companhia de limpeza municipal lavou as calçadas e canteiros do bairro com água e sabão para retirar possíveis produtos químicos nesses locais e evitar novas contaminações de animais.

A Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA) investiga o caso. Moradores e funcionários de prédios da região onde os envenenamentos aconteceram já começaram a ser ouvidos.

‘Não é um caso isolado’

O presidente da Comissão de Direitos dos Animais da Câmara dos Vereadores do Rio, Luiz Ramos Filho (PSD), afirmou que os envenenamentos foram registrados desde o início de maio e pelo menos seis cães já morreram. “Não é um ou outro caso isolado. É todo santo dia um relato de crimes como esses”, escreveu o parlamentar em suas redes sociais.

Entre as vítimas do envenenamento estão os dois cães do ator Cauã Reymond. Em seu perfil no Instagram, o ator afirmou que um dos animais morreu.

Fonte: UOL