A história de Benji começou como muitas outras e poderia ter terminado mal. Após sofrer na mão de seu antigo dono, que diversas vezes tentou matá-lo, foi encaminhado a um abrigo de animais e acabou sendo adotado. Benji ganhou um novo dono, uma nova casa, carinho, cuidados e até sobrenome: hoje ele se chama Benji José Smith Lima Leite.
O bancário Ítalo Leite foi o responsável pela mudança na vida do cachorro. “Quando o vi pela primeira vez me chamou a atenção o jeito alegre e brincalhão dele apesar das coisas que ele tinha passado”, conta. Comovido com a história e sabendo da responsabilidade que vinha pela frente, na segunda visita ao abrigo Ítalo levou Benji para casa. “Cheguei na hora que ele precisava”, afirma.
Atitudes como a do bancário poderiam ser mais freqüentes, já que o número de animais abandonados e mal tratados que vivem pelas ruas ou em abrigos na capital sergipana é grande. Para adotar, no entanto, é preciso um requisito básico: gostar de animais. “Tem que olhar e se apaixonar”, afirma a veterinária e coordenadora do Centro de Controle de Zoonose (CCZ), Gina Blinof. Além disso, é preciso entre, outras coisas, tempo e recurso financeiro. O CCZ abriga alguns animais em tratamento e outros disponíveis para adoção.
Abrigos
Silvanete Maria Alves Reis é responsável por um dos abrigos para animais que existe em Aracaju, a Associação Sergipana de Proteção Animal (ASPA). Nem todo mundo que chega lá sai com um cachorrinho ou um gatinho, antes tem que passar pelo crivo dela. “Quem chega aqui tem que provar que gosta mesmo. Percebo logo pela atitude da pessoa. Às vezes prefiro que ajudem com alimentação”, declara, acrescentando que gasta em média R$ 5 mil por mês em comida para os quase 400 animais.
Ela ressalta que os interessados em adotar um animal devem analisar todos os prós e contras. E antes, porém, devem ter a consciência do que vão encontrar ao procurar um abrigo. “A maioria são animais sofridos, muitos já velhos que foram abandonados pelos donos, ou doentes, ou apenas mal cuidados”, explica.
Além da Aspa, em Aracaju existe também um outro endereço onde é possível encontrar animais à espera de um dono, é o Abrigo Lar dos Bichos, localizado no bairro Santa Maria. De acordo com uma das voluntárias que mantém o local, Maria do Carmo Rocha Paixão, pouco mais de 200 animais entre cães e gatos estão aptos a serem adotados. No entanto, o cuidado com quem pretende adotar é grande.
“Às vezes falam mil maravilhas para conseguir levar o animal e depois quando a gente chega ao local constata as reais condições. Por isso não entregamos por entregar. Antes fazemos uma checagem das pessoas para saber se tem reais condições de manter o animal”, explica Maria do Carmo. Após a adoção, é feito um trabalho de acompanhamento para saber se estão bem cuidados e se adaptando bem ao novo lar.
Ato de amor
A jovem Barbara Ingrid procurou o abrigo ao invés de comprar um animal por entender que além de não possuírem boas condições, os abrigos não são o melhor lugar para eles. Numa tarde em que esteve na Aspa e saiu de lá com dois cães: uma cadelinha com uma das patas quebrada e Bob um pequeno poodle que ficou cego por conta da idade e que foi deixado no abrigo pelo ex-dono. “Quem quiser adotar deve adotar de coração, sem discriminação. Tem que perceber a beleza interior que eles tem”, enfatiza.
Assim como Benji, James e o pequeno Bob, outras centenas de gatos e cachorros estão à espera de um lar. “As pessoas devem abrir o coração e perceber que essa simples atitude pode trazer grandes benefícios para o meio ambiente e para a comunidade”, reforça Ítalo.
Os interessados podem procurar o Centro de Controle de Zoonose (CCZ) localizado no Centro Administrativo Augusto Franco ao lado da sede da Justiça Federal ou a Associação Sergipana de Proteção Animal (ASPA) que fica na rua L, loteamento Praia do Refugio, no Robalo. Informações pelos telefones (0xx79) 3179-3528 e 3179-3565 (CCZ), (0xx79) 3227-3155 (Aspa) ou através do e-mail do Lar dos Bichos.
Fonte: Infonet