O biólogo Sérgio Greif fala sobre a vivissecção, prática responsável por dissecar animais vivos para estudar a anatomia e fisiologia, entre outros fins científicos. O método é realizado em diversas universidades públicas e privadas, indústrias de produtos farmacêuticos e cosméticos e em institutos de pesquisa. Nesses locais, diversas espécies – mamíferos, em particular – são submetidos a uma série de experiências, no mínimo, dolorosas, como, por exemplo, a amputação de membros sadios para a implantação de próteses produzidas com novos materiais supostamente úteis aos seres humanos, e a injeção de substâncias tóxicas no corpo ou a aplicação de produtos químicos na pele para a verificação dos seus efeitos.
Defensores dos diretos dos animais condenam a vivissecção, classificando-a como um método cruel de tortura, que não leva em consideração a dor e o sofrimento causados aos animais. São vários os casos de universitários que se rebelaram contra a técnica, e se recusarem a participar de aulas práticas por serem contra ao método. Em abril de 2012, por exemplo, uma manifestação contra a vivissecção ocorreu frente ao Centro de Ciências Biológicas (CCB) da Universidade Federal de Pernambuco (UFBE), onde centros de fornecimento de animais utilizados em pesquisas científicas são encontrados.
Na entrevista, Greif dá mais detalhes sobre o que é a vivissecção e como essa prática está ligada a interesses econômicos empresariais. Ele ainda discute a necessidade do método, já que vários especialistas alegam que seria viável trocar essa técnica por modelos e simuladores mecânicos e até mesmo virtuais. Além disso, sugerem o acompanhamento clínico em pacientes reais e o estudo anatômico de animais mortos por causas naturais em substituição à vivissecção.
O biólogo aborda ainda a questão dos testes em animais. A maioria dos produtos cosméticos populares do Brasil utiliza essa prática, embora haja muitas marcas conhecidas, e de reconhecida qualidade, que não a utilizam mais. Ele orienta a nós, consumidores, sobre a importância e a forma de participação no combate a essa outra prática cruel.
Fonte: EBC