Redação ANDA – Agência de Notícias de Direitos Animais
Todos os anos, na cidade de Citilcum, na região de Yucatán (México), é promovido um evento conhecido como “Kots Kaal Pato”, em uma tradição que já dura 100 anos e foi pauta de reportagem publicada pela ANDA. Na festa, moradores vão para as ruas para bater em “pinatas” com grandes bastões, em homenagem a São Bartolo, reafirmando uma superstição de que isso acelera a estação das chuvas. Porém, ao invés dos balões coloridos de papel machê terem balas e doces dentro deles, eles contêm animais vivos.
(Atenção, a seguir imagens fortes)
Nisso que é chamado pela reportagem do Daily Mail de “banho de sangue”, crianças são incentivadas a perseguir iguanas, gambás e outros animais nas ruas para encherem as pinatas, onde serão impiedosamente espancados e mortos. A principal atração desse evento horrível é um pato que é pendurado em um arco de madeira improvisado. A primeira pessoa que conseguir agarrar o pescoço do animal é considerado o “vencedor”, cuja recompensa é poder arrancar a cabeça do pato com as mãos. O sangue é derramado sobre a multidão mediante aplausos, e as crianças são cobertas de doces, de acordo com o Vice News.
Mas, finalmente, devido ao clamor público contra o festival hediondo, o Kots Kaal Pato finalmente chegou ao fim. A ONG Humane Society International (HSI) anunciou que a decisão pela abolição do evento cruel foi acordada pela prefeitura de Izamal, em cooperação com autoridades da igreja católica local e organizações ativistas de direitos animais.
“Nós estamos muito felizes por essa barbárie denominada ‘festa’ ter finalmente acabado. Não há justificativa, seja cultural ou religiosa, para que essa prática ultrajante e desumana continue. Eventos como o Kots Kaal Pato encorajam o abuso animal e ferem a nossa sociedade, além de sujar globalmente a imagem do México. Nós iremos continuar trabalhando junto às autoridades de Izamal para assegurar que a proibição seja total”, disse Felipe Marquez, especialista em proteção animal da HSI no México.
No acordo, o festival ainda acontecerá, mas nenhum animal poderá ser ferido ou morto como parte das celebrações. Segundo a reportagem, não foi fácil ir contra uma tradição de cem anos, mas o fim da prática mostra que, quando as pessoas falam em favor dos animais, a humanidade vence no final.