Por Amary Nicolau (da Redação – Canadá)
Durante décadas, os defensores dos animais têm feito campanha para acabar com o uso de animais vivos em aulas de procedimentos médicos na Uniformed Services University of the Health Sciences (USUHS), na cidade americana de Bethesda, em Maryland.
Finalmente tanto esforço teve resultado.
A USUHS, a única escola de medicina militar nos EUA , anunciou que vai parar de usar animais vivos em seus programas de treinamento. Agora as aulas contam com simuladores para ensinar habilidades cirúrgicas e fisiologia. A escola disse que começou a eliminação progressiva do uso de animais vivos em 2000, com a abertura da National Capital Area Medical Simulation Center (Centro Médico Nacional de Simulação).
O Comitê Médico pela Medicina Responsável e outros profissionais da área médica têm trabalhado no assunto desta questão há anos, tentando convencer a escola a parar de usar e matar cães , furões, roedores e porcos, entre outros animais, com a finalidade de ensinar os estudantes os procedimentos cirúrgicos.
“Estamos chocados. Nós não pensávamos que isso iria mudar. É muito emocionante”, disse Jeanne Stuart McVey , porta-voz do Comitê Médico pela Medicina Responsável.
Em 2008, o comitê enviou uma petição para o Departamento de Defesa, pedindo para utilizarem as alternativas ao invés dos animais, quando disponíveis, alegando que a prática do uso de animais vivos é inerentemente e inevitavelmente provoca dor, angústia e sofrimento para os animais. A USUHS parou de usar furões para ensinar os alunos a inserir tubos de respiração e mudou para simuladores naquele ano, mas continuou usando porcos para ensinar procedimentos cirúrgicos.
“Para cada instância em que animais vivos são utilizados, existem métodos que podem ser usados com simuladores com valor educacional equivalente ou superior, ” disse John Pippin, diretor de assuntos acadêmicos do comitê, que acrescentou, “abusar e tirar a vida de um animal é algo antiético”.
Os avanços da tecnologia e a disponibilidade de sofisticados simuladores baseados em humanos, tornam cada vez mais difícil para as instituições de ensino, que ainda utilizam animais, continuarem a defender a prática de ferir e destruir as criaturas. Alguns especialistas acreditam que estes simuladores são muito mais eficazes.
De acordo com o comitê, agora são apenas quatro escolas médicas nos EUA que continuam a usar animais vivos para ensinar os alunos: incluindo a Universidade de Mississipi, Johns Hopkins University, a Universidade do Tennessee, em Chattanooga e Oregon Health and Science University. A organização afirmou que vai continuar a trabalhar com essas universidades para incentivar alternativas livres de crueldade animal