“Vitória” é o nome do mais jovem membro da comunidade de golfinhos-roazes do estuário do Sado, em Portugal, tendo sido avistado na segunda-feira (1), junto à foz, segundo Maria João Fonseca, da empresa de observação de golfinhos Vertigem Azul.
“A confirmação de que se trata de um novo membro da comunidade, surgiu na manhã de terça-feira, quando uma equipe da Vertigem Azul saiu em busca dos golfinhos, com o objetivo de fotografar o filhote e identificar a progenitora”, explicou.
De acordo com Maria João, ontem de manhã foi possível observar de novo não apenas o filhote, mas também a mãe, chamada Mr. Hook, que não era avistada no Sado desde 2009. “Este fato nos leva a suspeitar que a fêmea se pode ter cruzado com um golfinho costeiro, o que é muito bom para a população de roazes do Sado, pois diminui os efeitos de consanguinidade através da variação genética”, explicou Maria João.
A gestação de um golfinho dura cerca de 12 meses e os filhotes acompanham a mãe por mais três ou quatro anos.
O golfinho “Vitória” (o nome masculino ou feminino é dado independentemente de se tratar de um macho ou de uma fêmea) é o segundo filhote avistado este ano no mesmo local. Em Junho deste ano, o filhote, chamado de Batalha, foi visto na região.
Apesar da espécie Tursiops truncatus não ser considerada espécie em extinção, a população do Sado conta somente com 26 indivíduos, sendo que, em 1986, estimava-se em 40 o número de animais.
Esta é a única população de golfinhos residente em um estuário de Portugal e uma das poucas da Europa e já está envelhecida, com taxas de reprodução cada vez menores. A maioria dos adultos aproxima-se do limiar da longevidade da espécie (40 a 50 anos) e poucos jovens chegam à idade adulta.
A diminuição da população acentuou-se durante a década de 80, quando a mortalidade infantil do cetáceo disparou e uma grande percentagem dos indivíduos apresentava extensas feridas no corpo, possivelmente por causa da poluição. Hoje, o problema é menor, mas a população continua perdendo indivíduos jovens – provavelmente por abandonarem o Estuário para integrarem outras populações.
Fonte: Ecosfera