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Vitória dos direitos animais contra a fazenda de criação de beagles na Inglaterra

19 de novembro de 2013
3 min. de leitura
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Por Ana Rita Negrini Hermes (da Redação)

Seria usados para experimentos científicos, posteriormente. (Foto: Reprodução)
Seriam usados para experimentos científicos, posteriormente. (Foto: Reprodução)

Os planos para uma “fazenda de criação de Beagles” para experimentos científicos foram rejeitados após grande oposição pública. As informações são do Huffington Post.

A proposta para construir as instalações na vila de Grimston, no condado de NorthYorkshire, foi recusada pelos vereadores de East Riding.

Mais de 30 mil pessoas assinaram a petição feita pela União Britânica pela Abolição da Vivissecção (BUAV), opondo-se ao esquema, que foi apresentado para a Câmara de Vereadores na segunda-feira (11).

Muitas celebridades, incluindo o comediante Ricky Gervais juntaram-se ao protesto.

O anúncio do dia 13 de novembro coincidiu com o relatório da BUAV que mostra que experimentos com cães não são necessários para o desenvolvimento de drogas.

Em 2012, mais de 3 mil cães foram usados em 4.843 experimentos no Reino Unido, alguns dos quais envolvidos em testes múltiplos.

Jan Creamer, CEO da Sociedade Nacional de Anti-Vivissecção (Navs), parabenizou a Câmara de vereadores por sua decisão.

“Esta é uma vitória significativa para os animais, opinião pública e para a ciência moderna. A Câmara mostrou hoje que usar cães em experimentos é literalmente uma indústria moribunda,” disse ela.

Cães que participam de experimentos científicos são obrigados a inalar substâncias tóxicas através de máscaras, a se alimentar através de tubos e são amarrados enquanto drogas lhes são injetadas, disse Navs.

As substâncias testadas em cães incluíram herbicidas, drogas farmacêuticas e produtos químicos industriais.

Michelle Thew, CEO da BUAV disse: “Milhares de animais serão poupados em decorrência desta decisão. Em nome de todos os que assinaram a petição e se manifestaram contra os planos desta fazenda, agradecemos aos vereadores de East Riding por tudo o que eles fizeram pelos animais hoje.”

Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

Testes não são necessários

Os gestores da propriedade Yorkshire Evergreen pediram permissão para construir as instalações da fazenda em nome da empresa B&K Universal, que fornece cães e outros animais para pesquisa. Sua proposta inicial era de quatro prédios, que foi reduzida para um único prédio com 1.200 metros quadrados.

B&K Universal já possui instalações em Grimston que abrigam animais de laboratório, mas queria expandir a área para permitir a criação de Beagles, furões e roedores para uso em laboratórios.

David Gatehouse, porta-voz da B&K Universal, disse que as pessoas precisam deixar de se iludir com o que ele chamou de “charlatanismo medieval” de quem faz campanhas pelos direitos animais.

Entretanto, este “charlatanismo” é plausível e completamente científico. Segundo Sergio Greif, biólogo e mestre em alimentos e nutrição, “Um produto pode ser altamente tóxico para o ser humano e não ser para o rato. A toxidade de um produto varia de uma espécie para outra. Não tem a ver com quantidade ou com o tamanho do animal e sim com a espécie”.

Greif destaca os métodos substitutivos, como as células in vitro e os programas de computador que podem realizar cálculos para prever a reação de alguma substância estranha no organismo humano. Ele ainda afirma que utilizar células humanas in vitro é mais eficaz que testes em animais não humanos, já que demonstrarão a reação exata de células humanas às substâncias tóxicas que forem expostas. “Os testes in vitro em frascos de co-cultura são bem específicos e utilizam várias linhagens diferentes de células interagindo da mesma forma como fariam no corpo como um todo”, conta o biólogo.

Ele também exemplifica com o caso da indústria do tabaco, “Eles faziam testes em animais que não desenvolviam câncer como os seres humanos e alegavam não haver comprovação de que o cigarro causa câncer, o que hoje sabemos que não é verdade. A questão é que o organismo do animal reage de forma diferente aos mesmos agentes químicos”.

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