As capivaras confinadas no Lago do Café, em Campinas (SP), são vítimas de maus-tratos. A informação é do médico veterinário Roberto Luis Stevenson Prado, especialista em animais silvestres e exóticos, que fez ontem uma visita técnica ao local.
Os animais, que possivelmente são hospedeiros do carrapato-estrela, transmissor da febre maculosa, serão sacrificados em breve, conforme anunciou a Secretaria de Saúde semana passada. A intenção é que com a morte dos animais, o parque seja reaberto à visitação.
No local, três funcionários morreram de febre maculosa desde 2008, época em que os roedores passaram a ficar confinados.
De acordo com Prado, entre o alimento consumido pelos animais podiam ser encontrados pedaços de plástico, garrafas pet e pão embolorado. A água no local onde os animais vivem e que é consumida por eles está suja e muitas das capivaras estão feridas.
“Isso revela que existem falhas evidentes na forma de manejo desses animais”, disse.
Machos e fêmeas
Durante a vistoria, Prado disse ter visto 13 capivaras, mas um funcionário do parque informou que uma 14ª estaria escondida.
Prado afirmou ainda que existem capivaras machos e fêmeas vivendo na mesma área de confinamento, o que poderia aumentar o risco de contágio da febre maculosa, pois na vistoria de ontem foram constatados indícios de que animais nasceram recentemente no local. “A informação inicial que eu havia recebido era de que os animais estavam separados por sexo”, disse.
O veterinário esteve no local com uma ordem da Delegacia de Proteção aos Animais e acompanhado de Marisa Galvão, secretária do Conselho Municipal de Defesa dos Animais. Segundo Prado, hoje ele deverá estar de volta ao Lago do Café para realizar a captura das capivaras e verificar se elas estão realmente servindo como hospedeiras para carrapatos-estrela.
“No tempo em que permaneci lá ontem não vi nenhum carrapato”, afirmou. O veterinário irá elaborar um relatório a ser encaminhados à Polícia Civil sobre as condições dos animais.
Marisa destacou que fotografias tiradas durante a vistoria técnica de ontem serão encaminhadas ao Conselho Municipal de Defesa dos Animais e a ONGs (organizações não-governamentais).
Por meio de sua assessoria de imprensa, o DPJ (Departamento de Parques e Jardins) da Prefeitura de Campinas, órgão responsável pela administração do Lago do Café, informou que as capivaras são mantidas em condições adequadas.
Fonte: Todo Dia