Dois em cada dez exames para detectar leishmaniose visceral canina têm resultados positivos em Goiânia, onde, por mês, são realizadas cerca de 20 análises clínicas. As informações são do laboratório veterinário Vetlab, responsável pelo diagnóstico da doença em toda a capital. “A leishmaniose é uma enfermidade grave causada pelo protozoário Leishmania, transmitido por meio de picadas de insetos infectados. Porém existem formas de prevenção”, explica o veterinário Rodrigo Cezar Ferreira, da clínica e pet shop Pet Place.
Também conhecida como doença de bauru, a leishmaniose apresenta sintomas como lesões de pele acompanhada de descamações e, eventualmente, úlceras, perda de peso, lesões oculares e atrofia muscular, conforme o veterinário. “Em alguns casos existe o crescimento exagerado de unhas, que é uma forma de não confundir a leishmaniose com a sarna negra, já que esta tem sintomas semelhantes”, esclarece Ferreira.
O combate ao inseto vetor (Lutzomyia longgipalpis, flebótomo ou mosquito-palha) pode ser feito por meio de aplicações de inseticida ou uso de repelente no ambiente, explica o especialista. Outra maneira de prevenção, segundo Ferreira, é a educação da população quanto à taxa de natalidade dos cães e também sobre as medidas de saneamento básico.
No entanto, a forma mais eficiente de prevenção é a vacina, que protege os cães, evitando o desenvolvimento e a transmissão da doença. De acordo com o veterinário, a leishmune é uma vacina inativada, que utiliza glicoproteínas (FML) da leishmânia e apresenta resultados seguros. “A vacina oferece proteção entre 90% e 95%, porém os cachorros só podem ser vacinados após os quatro meses de vida”, destaca Ferreira.
Como o período de incubação da doença de bauru pode variar entre dois meses e anos, o veterinário Fredericko de Paula Xavier Mendonça orienta aos donos de cães que apresentam os sintomas da doença a fazer o teste sorológico o quanto antes. “O diagnóstico pode ser feito através do teste de Elisa, do raspado das lesões da pele e da biopsia (punção de medula ou linfonodos).”
A importância da vacinação, reforça a veterinária Yara Inácio Fonsceca, deve ser disseminada entre a comunidade. “Só ela (vacina) pode garantir a proteção do animal. Muitos donos de cão infectado não aceitam o sacrifício, desaparecem e toda a comunidade sai prejudicada”, conta.
A veterinária destaca que é imprescindível exterminar os mosquitos transmissores. “Diferente do mosquito da dengue, o flebótomo não se reproduz somente na água. Matas úmidas, margens de rios e locais com matéria orgânica são lugares onde os insetos colocam seus ovos”, ilustra. Portanto, limpar terrenos, evitar acumular lixo e usar inseticidas ou repelentes são boas dicas para acabar com o mosquito.
Fonte: Jornal Hoje Notícia