Os vinte elefantes que foram libertos no início do mês após serem explorados para transportar turistas em passeios até o Forte Amer, na Índia, serão enviados a um santuário. O Departamento Florestal de Rajasthan informou que os animais silvestres não serão mais forçados a carregar as pessoas sob suas costas por motivos médicos e morais.
Há anos, a entidade internacional World Animal Protection luta para por fim à exploração de elefantes para entretenimento humano. Com a notícia de que os animais agora viverão em um santuário, o líder de campanhas de vida silvestre da instituição, Nick Stewart, comemorou a libertação dos elefantes.
“Estamos felizes que 20 elefantes estejam finalmente sendo aposentados dessa vida terrível de cativeiro, mas não vamos desistir até que os passeios de elefante sejam uma coisa do passado. Os elefantes são animais silvestres, não entretenimento para turistas”, reiterou.
O Amer Fort mantém 102 elefantes em péssimas condições para agradar os turistas, que pagam para serem transportados pelos animais, que não têm o direito de viver as próprias vidas, realizando as atividades que lhes convêm, na natureza. Antes da pandemia de coronavírus, quando os passeios turísticos funcionavam no local, os elefantes controlados por treinadores que os continham usando ganchos afiados eram forçados a transportar as pessoas até mesmo sob sol forte.
“Estamos pressionando as autoridades locais para que retirem todos os elefantes do local, não apenas por causa da crueldade envolvida, mas também porque muitos precisam urgentemente de atendimento médico. Todos os 102 animais têm problemas nas patas e a maioria está desnutrida. Além disso, dez elefantes estão com tuberculose, 62 apresentam doenças sanguíneas e 19 estão cegos”, argumentou Nick.
A instituição argumenta que os passeios com elefantes devem ser substituídos pelo transporte feito por veículos movidos a bateria ou eletricidade.
“Os elefantes poderiam se aposentar em santuários verdadeiros, que também oferecem oportunidades de turismo ético. Isso atenderia à demanda crescente de pessoas que estão virando as costas para passeios com elefantes, como mostrou nossa pesquisa em 2019. Mais de 40% dos entrevistados consideraram essa atividade inaceitável e 39% das pessoas que visitaram Amer Fort acreditavam que os elefantes estavam sofrendo”, concluiu o líder de campanhas de vida silvestre da instituição.