Vídeos que circulam nas redes sociais revelam uma escalada de violência humana contra uma manada de elefantes em Bangladesh, com moradores se aproximando perigosamente dos animais, gritando, arremessando objetos e tentando expulsá-los de áreas próximas à floresta. As imagens mostram um cenário de assédio contínuo que aumentou o estresse e a agitação dos elefantes.
Segundo o Departamento Florestal, uma manada com cerca de 30 a 40 elefantes vinha circulando pela área da colina Balijuri havia aproximadamente duas semanas. Apesar dos alertas oficiais para que a população mantivesse distância, moradores passaram a se aglomerar ao redor dos animais, muitas vezes motivados pela curiosidade e pela busca de vídeos para redes sociais, tipo de perturbação que rompe o espaço de segurança dos animais e coloca todos os envolvidos em risco.
Foi nesse contexto de perseguição e provocação que ocorreu a morte de Faruk Mia, de 40 anos, dono de uma barraca de chá no distrito de Sherpur. De acordo com a polícia e autoridades florestais, ele se aproximou da manada para filmar os elefantes quando um dos animais reagiu. Ao tentar fugir, Faruk caiu e foi pisoteado, sofrendo ferimentos graves.
Moradores o socorreram e o levaram ao hospital mais próximo, mas ele não resistiu. O oficial de Saúde e Planejamento Familiar, Md Mofidul Islam, afirmou que o estado da vítima era crítico demais para qualquer tentativa de salvamento.
Após o caso, novos vídeos continuaram a surgir nas redes sociais mostrando grupos de pessoas cercando os elefantes, repetindo as provocações. Nas imagens, moradores aparecem se aproximando deliberadamente da manada, arremessando galhos e pedras em direção aos elefantes e, em seguida, fugindo em meio a gritos e risadas, um comportamento que intensificou o estresse dos animais.
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As gravações evidenciam um ciclo contínuo de provocação e perseguição, que deixa a manada cada vez mais agitada e vulnerável, aumentando significativamente o risco de reações defensivas por parte dos elefantes. Para o Departamento Florestal, essas ações reforçam um padrão perigoso de desrespeito à vida selvagem e aumentam drasticamente a probabilidade de novas fatalidades.
Suman Mia, oficial responsável pela proteção florestal da região, disse que muitos moradores têm entrado recentemente em áreas adjacentes à floresta e perturbando os elefantes. Ele disse que o Departamento Florestal tem conduzido anúncios de alto-falantes e campanhas de sensibilização para avisar os moradores para manterem uma distância segura, apesar da mão de obra limitada para esse tipo de serviço.
Elefantes não são atração turística ou alvo de bullying. São seres sencientes, protegidos por lei, que quando ameaçados, precisam se defender. A investigação do caso deve focar nos humanos que provocaram a manada e na omissão do Estado em garantir a segurança das espécies que deveria proteger.