Desde a madrugada de sábado (28), os efeitos das fortes chuvas na Grande Recife (PE) causaram quase 100 mortes e diversas zonas de alagamentos. Infelizmente, a tragédia não vitimou apenas moradores humanos. Em um vídeo compartilhado nas redes sociais, é possível ver como os animais têm sofrido com as consequências do temporal.
O Instituto Pró-Anima é um dos locais que aparecem no registro. Rose Cavalcanti, a fundadora da ONG, ficou assustada ao ver a área alagada ainda no final de semana. “Nós temos este espaço há 3 anos e o nível de água nunca subiu tanto quanto dessa vez. Haviam goteiras por toda a casa, estamos há cinco dias nessa agonia. A necessidade de sair daqui é gigante, mas não temos para onde ir. Nós possuímos um terreno próprio em São Lourenço da Mata (PE), mas não temos condições financeiras para finalizar a construção neste momento”, relata.
Instituo Pro-Anima / Delegado Bruno Lima pic.twitter.com/wK4tc71aHv
— @repostpets (@repostpets) May 31, 2022
Na última sexta-feira (27), Rose afirma ter percebido o acúmulo de água no local, entretanto, pensava ter resolvido com os ajustes manuais. “Eu e minha filha não conseguimos prever os futuros problemas. Nós colocamos pallets e cobertas para os animais e pensamos que resolveria, mas um tempo mais tarde, começamos a perceber o choro de alguns cães, muito diferente dos latidos que eles fazem quando chega a hora da saidinha das casinhas. Fui olhar o motivo e me espantei com a cena de horror que encontrei. Estava tudo alagado”, relembra.
Desde então, o instituto tem sofrido com a falta de suprimentos básicos e de lares temporários para realocar os animais. “É difícil lidar com as urgências. Precisamos de intervenções cirúrgicas, internamentos, atendimentos e temos animais com necessidades especiais. Alguns itens básicos como ração e material de limpeza têm faltado. Quando as chuvas começaram, realocamos os 12 cães do abrigo alagado com a ajuda de conhecidos e quartos da nossa própria casa”, diz.
Sem espaço para receber novos animais, o Instituto Pró-Anima não consegue se envolver com o resgate dos animais em situação de rua. Para isso, a ONG Anjos do Poço tem se envolvido diretamente com a busca de cachorros, gatos, cavalos, galinhas e outros animais vítimas dos desabamentos. Ao todo, mais de 70 foram distribuídos entre os protetores. No momento, o projeto tenta buscar outros 62 já localizados.
“Estamos atuando nas madrugadas salvando animais e tentando realocá-los. O problema é que não temos local. No início, eu destribui animais com os protetores, mas a demanda está enorme. Estamos procurando por um galpão para alugar neste período”, explica Laura Ferraz, presidente da organização.
Além da Prefeitura do Recife, a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), a Central Única das Favelas (Cufa) de Pernambuco, o Clube Náutico Capibaribe, o Sport Club do Recife, o Colégio Damas e o Instituto Pró-Anima são pontos de coleta para receber doações de alimentos, ração, roupas, cobertores, acessórios e material de limpeza para ajudar as vítimas.
Fonte: Revista Casa e Jardim