A Hogwood Pig Farm, fazenda de porcos que abastece a rede de supermercados Tesco, muito popular na Inglaterra, ganhou as manchetes no passado. A empresa, que possui o selo de aprovação da Red Tractor, que descreve seus objetivos de “promover uma rotulagem mais clara e garantir que a comida se origine de fontes confiáveis”, recebeu denúncias de ativistas sobre condições deploráveis nas instalações. Inspetores alegaram não terem encontrado nenhuma violação de bem-estar quando visitaram o local.
Pela insistência da Agência de Saúde Animal e Fitossanitária do governo [APHA], da Trading Standards e da própria Tesco em afirmar que não havia nenhuma irregularidade, ativistas resolveram começar sua própria investigação. Um deles, infiltrado na fazenda, gravou imagens que mostram um porco sendo comido vivo – o que, segundo o jornal britânico The Daily Mail, “é angustiante demais para ser publicado”. A ANDA também não irá publicar as imagens.
“No ano passado, a equipe secreta do Viva! Campaigns descobriu uma superlotação severa, porcos cobertos de excrementos, estéreis, imundos, animais abandonados para morrer, canibalismo de cadáveres deixados para apodrecer. Entre os leitões vivos e em decomposição, estava um mar de larvas retorcidas”, disse a organização responsável pela gravação das imagens, Viva! Campaigns, em um comunicado ao portal Plant Based News.
A equipe decidiu retornar à fazenda em julho de 2018, após uma denúncia de que as condições não haviam melhorado. “Mais uma vez, a equipe descobriu animais jogados em uma passarela sem acesso a comida ou água sem saída, abrigos imundos e um completo desrespeito pelo bem-estar animal”, afirma a organização.
A Viva! relata que o que mais os chocou nessa segunda visita foi a cena gravada, de um leitão vivo – “preso em um passadiço, sob uma massa de corpos de porcos” – que era devorado pelos outros animais. Sob as diretrizes do Conselho de Bem-estar Animal de Fazenda [FAWC], “animais mortos deveriam ser removidos de perto de animais vivos e doentes devem ser mantido em isolamento”.
Os membros da ONG lamentam que, desde 2017 quando foi feita a primeira exposição dos maus-tratos e absurdos na fazenda, nada tenha sido feito. “Apesar da esmagadora quantidade de evidências contundentes expostas na Hogwood em 2017, tanto o governo quanto os órgãos reguladores que supervisionam o setor não conseguiram aplicar nenhuma sanção a essa fazenda”, diz a fundadora e diretora da Viva!, Juliet Gellatley. “Não houve repercussões para as pessoas que estão mantendo esses animais em condições tão terríveis”.