Um funcionário do Aeroporto Internacional de Vancouver, no Canadá, usa o nickname Deeej no TikTok e costuma compartilhar vídeos mostrando sua rotina de trabalho. Atendendo a pedido dos seus seguidores, ele decidiu mostrar com é realizado o transporte de animais nos bagageiros de aviões. O vídeo, que tinha como intenção apenas satisfazer a curiosidade de algumas pessoas, se tornou uma prova de maus-tratos que está sendo utilizada por defensores em defesa dos direitos animais para pedir a abolição do transporte de animais em setores de carga de aviões.
As imagens já contam com 7 milhões de visualizações e está sendo descrito por internautas como “aterrorizante”. “De jeito nenhum eu colocaria meu cachorro, que é um membro da família, nessa situação. Eu nunca poderia fazer isso com meu cachorro. Eu estaria chorando e vomitando a viagem inteira de avião sabendo o quão solitário e assustado ele está. Isso me deixa muito ansioso só de pensar no medo que o cachorro está sentindo”, disse um usuário do TikTok que considerou o transporte uma prática cruel e irresponsável.
Após a repercussão, outros funcionários do aeroporto defenderam as imagens e afirmam que o método de transporte é comum e seguro. “Os animais estão bem e bem. A cabine é pressurizada e perfeitamente segura. Um dos nossos funcionários de serviços de animais pode confirmar. As pessoas só querem inventar desculpas para ficar ofendidas. As pessoas que fazem as malas cuidam muito bem dos animais. A maioria das pessoas que comentam tem mentes extremamente fechadas. Algumas pessoas têm que viajar com seus animais de estimação porque não podem deixá-los”, afirmaram.
A Airline Transportation Association afirma que mais de 5.000 animais são mortos, feridos ou perdidos em voos comerciais a cada anualmente em todo o mundo. A RSPCA aponta que não é apenas a questão material que precisa ser analisada, mas também o trauma e o sofrimento emocional dos animais. “Longas viagens, incluindo o voo, transporte de e para a aeronave e tempos de espera no porão de uma aeronave podem ser muito estressantes e angustiantes para os animais domésticos”, pontua a organização em defesa dos direitos animais.
Em outubro, o Brasil registrou duas mortes de cães em viagens em bagageiros de voos da LATAM. O cãozinho embarcou em São Paulo com destino ao Rio de Janeiro, mas chegou ofegante e morreu pouco tempo depois. O cachorro Wiser, da raça american bully, foi obrigado a ficar sete horas em uma pequena caixa de transporte no setor de cargas de um voo com destino a Aracaju (SE). O animal morreu asfixiado, sozinho e em sofrimento profundo. A morte dos animais levantou o debate sobre a obrigatoriedade das companhias aéreas permitirem a viagem dos animais na cabine com os tutores.
