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Vídeo comovente mostra ursos polares nadando em busca de gelo no Ártico

7 de julho de 2014
4 min. de leitura
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Por Patricia Tai (da Redação)

Foto: Care2
Foto: Care2

Um curto e deslumbrante vídeo no canal GoPro do YouTube oferece um vislumbre da secreta vida de uma família de ursos polares em uma jornada para encontrar o gelo polar, mas serve como triste lembrete de sua situação em um cenário de mudança climática.

As imagens foram filmadas pelo cinegrafista Adam Ravetch, da Arctic Bear Productions, que é também co-fundador da Arctic Exploration Fund, organização dedicada a descobrir e documentar como os animais selvagens do Ártico estão respondendo às alterações climáticas. As informações são da Care2.

Ravetch está trabalhando em colaboração com Anthony Pagano, biólogo pesquisador que atua em uma pesquisa da U.S. Geological Survey sobre as reações dos ursos polares ao degelo do oceano. A agência também já publicou imagens mostrando a vida do ponto de vista de um urso polar, como parte do projeto USGS Changing Arctic Ecosystems Initiative, que procura ajudar a guiar esforços de preservação dos ursos polares no futuro.

Conforme os pesquisadores observaram, quando os animais eram observados à distância, não havia muitas possibilidades de se detectar o seu comportamento.

Com as coleiras que capturam imagens de vídeo que podem resistir a frias temperaturas adicionadas às ferramentas dos cientistas, eles agora podem observar muito mais sobre a vida sob a perspectiva de um urso.

No mês passado, Ravetch disse ao The New York Times que as câmeras ajudaram os cientistas a aprender mais sobre os animais e levaram a algumas descobertas interessantes, incluindo a revelação de que eles realmente gostam de frutas, que se pensava terem pouco valor nutricional para eles:

“Até agora vimos imagens de ursos descansando, nadando, exibindo comportamento reprodutivo, brincando e se alimentando. Em aplicativos adicionais, com acelerômetros anexados às câmeras para gravar os movimentos dos animais em detalhes, o cientista pode ser capaz de pintar um quadro preciso do gasto de energia do urso, durante todo o ano, correlacionada com as atividades que eles estiverem exibindo.

Qual a diferença entre a energia gasta no verão e no outono? Agora nós seremos capazes de descobrir. Quantas focas eles realmente caçam e comem por ano? Poderemos também verificar esse comportamento alimentar. Conseguiremos também saber se eles perseguem o gelo que diminui ou se voltam para a terra”.

Os cientistas esperam que esse trabalho possa ajudar na sobrevivência futura dos animais. Os ursos polares, que se tornaram o símbolo emblemático da mudança climática, estão atualmente listados como “ameaçados” segundo a Lei de Espécies Ameaçadas, e são classificados como “vulneráveis” de acordo com a lista vermelha de espécies ameaçadas da IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza), que cita os seus números entre 20 mil e 25 mil indivíduos. Ainda não há uma estimativa sólida desses ursos que continuam a enfrentar a ameaça de perder o gelo que é essencial à sua sobrevivência. Já se acredita que eles começaram a morrer de fome e afogamento por ter que nadar longas distâncias para alcançar o gelo remanescente.

Tristemente, a instituição de pesquisas U.S. Geological Survey (Pesquisa Geológica dos Estados Unidos) prediz que dois terços de todos os ursos polares, incluindo todos os ursos do Alasca, poderão ser extintos até 2050 se a tendência atual continuar.

“O declínio geral do gelo do Ártico é tão drástico, que novos mapas precisam ser feitos”, disse Kevin Mathews da Care2 em um artigo recente sobre a próxima edição do atlas mundial da National Geographic. O novo mapa deve ser lançado em setembro e incluirá as imagens mais visíveis da Terra, mas imagens da NASA oferecem uma ideia do que se pode esperar.
Imagens mostram gelo do Ártico em setembro de 1979 (ano em que os satélites começaram a gravar a extensão do gelo do mar), e em setembro de 2011 (Crédito: NASA)
Imagens mostram gelo do Ártico em setembro de 1979 (ano em que os satélites começaram a gravar a extensão do gelo do mar), e em setembro de 2011 (Crédito: NASA)
Segundo a NASA, se o degelo continuar no ritmo atual, o Ártico poderá ficar totalmente sem o seu gelo antes do fim deste século. Enquanto isso, conservacionistas continuam a lutar por maior proteção aos ursos polares e a pleitear regulamentações mais rígidas para limitar emissões de gases de efeito estufa e reduzir níveis de gás carbônico.
É importante lembrar que as ações de todo o planeta impactam no Ártico, e não apenas as locais. A degradação do meio ambiente, o desmatamento, o excesso da queima de combustíveis fósseis e a pecuária são alguns dos fatores grandemente responsáveis pela situação crítica atual. O papel desse último item foi reconhecido e afirmado mais de uma vez pela ONU, conforme publicado recentemente pela ANDA.

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