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CRUELDADE ETREMA

Vídeo chocante de touro ferido em rodeio reacende discussão sobre maus-tratos

O animal ferido caído na arena causou indignação a milhares de protestos e internautas

4 de maio de 2025
Redação ANDA
3 min. de leitura
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Durante uma apresentação de montaria, o touro teria quebrado uma pata traseira ou o quadril (Foto: Divulgação redes sociais)

Um vídeo que circula nas redes sociais desde a noite desta sexta-feira (03/05) expõe uma cena perturbadora ocorrida durante uma apresentação de montaria em touros no rodeio de Poço Fundo, no Sul de Minas. Nas imagens, um touro aparece apoiado no centro da arena, com o quadril no chão, impossibilitado de se levantar mesmo sendo puxado por membros da equipe de apoio.

Visivelmente ferido, ele mostra sinais de fratura em um dos membros posteriores ou no próprio quadril — uma lesão que, segundo especialistas, pode ser fatal e geralmente resulta em sacrifício do animal. Veterinários ouvidos apontam que, em situações como essa, o prognóstico costuma ser o  abate, dado o alto grau de sofrimento e as dificuldades de recuperação em casos de fraturas severas.

O fato ocorreu durante a montaria em touros, uma das atrações principais do rodeio da cidade. O evento, iniciado na última quarta-feira (30/05), está previsto para encerrar-se neste sábado (03/05). No entanto, o encerramento do evento é ofuscado pela brutalidade da cena, que rapidamente provocou reações indignadas na internet. “Isso não é cultura, é crueldade”, comentou uma usuária no Instagram.

A cena viralizou e trouxe à tona, mais uma vez, a discussão em torno do rodeio. Protetores e ativistas ambientais classificaram a cena como “desumana” e “inaceitável”. “Estamos em pleno século 21 e ainda permitimos espetáculos que envolvem dor e exploração animal em nome do entretenimento”, escreveu uma internauta em uma das centenas de publicações que circularam neste sábado.

A estrutura do rodeio já nasce desigual: um embate entre homem e animal que remete aos espetáculos de combate da Roma antiga, onde o sofrimento era parte do show. A arena, dizem, continua sendo um palco de dor disfarçada de tradição.

Embora alguns defendam o rodeio como parte da tradição cultural brasileira e do entretenimento em cidades do interior, a maioria dos comentários repudia o episódio, classificando-o como exemplo de brutalidade institucionalizada. Defensores da causa animal comparam a prática às arenas romanas, onde feras eram submetidas ao espetáculo para satisfazer a sede de sangue do público.

“É o embate desigual entre o homem e a besta, disfarçado de folclore. Na prática, é violência e exploração”, afirma um ativista ouvido pela reportagem.

A prefeitura de Poço Fundo (MG) e os organizadores do evento ainda não se manifestaram oficialmente sobre o caso.

CASO LEMBRA POLÊMICA EM POUSO ALEGRE (MG)

As discussões sobre rodeio, cuja legalidade é assegurada pela Lei nº 13.364, de 29 de novembro de 2016 e que foi reformulada pela Lei 13.873/2019, remete à recente polêmica em Pouso Alegre, quando no início do mês de abril deste ano os vereadores Leandro Morais (União Brasil) e Fred Coutinho (Republicanos) apresentaram conjuntamente os projetos de lei 7.991/25 e 8.000/25 e que chegaram a ser aprovados na Câmara em primeira votação, mas que seriam submetidos a uma segunda e última apreciação e votação em sessão posterior.

Na reunião ordinária seguinte, a maioria dos vereadores em plenário votou contra e derrotou a aprovação das matérias. O motivo foi a ineficácia das leis.

O PL 8.000/25 que elevava o rodeio e suas manifestações artístico-culturais, como apresentações folclóricas, concursos de berrante e desfiles de cavaleiros, à condição de patrimônio imaterial do município, também recebeu uma ducha fria.

A proposta foi barrada por parecer técnico informando que esse reconhecimento, conforme Lei Ordinária 5.407/2013, deve ser definido pelo Conselho Municipal de Políticas Culturais e Patrimoniais, e não pelos vereadores com aprovação da Câmara.

 

Com informações de: Portal da Cidade

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