Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores usaram dados recolhidos entre 2006 e 2009 na província oriental de Nuristan, Afeganistão. As informações incluíram amostras de DNA, imagens de câmeras escondidas, entre outras técnicas.
As câmeras capturaram uma grande variedade de espécies selvagens, incluindo um urso negro, um leopardo, um porco-espinho e uma marta (Martes flavigula), dentro de uma área de 1.100 quilômetros quadrados.
A pesquisa também incluiu a primeira observação documentada do paguma larvata (Paradoxurus hermaphroditus) no Afeganistão. Outro animal descoberto no censo é o markhor, maior membro da família da cabra, que pesa até cerca de 110 quilos e é adaptado à vida na montanha.
Os resultados indicam que os animais selvagens estão sobrevivendo apesar do desmatamento, da degradação do habitat e de décadas de guerras.
“O meio ambiente do Afeganistão, como o povo afegão, tem mostrado uma resistência incrível em face à décadas de instabilidade”, disse a autora do estudo, Kara Stevens. “No entanto, no futuro é necessário apoio para garantir que as comunidades possam gerir de forma sustentável esses recursos para as próximas gerações”.
Os pesquisadores observam que, embora o isolamento de Nuristan forneça alguma proteção para a fauna, o efeito de 30 anos sem gestão eficaz para limitar a caça e proteger as florestas põe os lugares e animais selvagens em risco.
Segundo os cientistas, a perda contínua desses recursos pode resultar em dificuldades econômicas, o que pode desestabilizar ainda mais a região. Atualmente, a aplicação de medidas de conservação no Afeganistão é limitada devido aos desafios de segurança.
Com o orçamento de assistência externa dos EUA cortado drasticamente este ano, os pesquisadores insistem que o país continue ajudando em projetos de gestão de recursos, inclusive com base na comunidade, monitorando a vida selvagem em regiões de conflito como o Afeganistão.
Fonte: Hypescience