EnglishEspañolPortuguês

MINAS GERAIS

Vida nova: cão resgatado da rua faz a alegria de moradores de casa de acolhimento

14 de março de 2025
3 min. de leitura
A-
A+
Foto: Arquivo pessoal

A casa de acolhimento São Camilo de Lellis, em Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira, teve a realidade transformada pela presença do cachorrinho conhecido pelos moradores do local como Romeu. O animal ficou internado por 15 dias em uma clínica paga pelo Canil Municipal e foi adotado pela casa de acolhimento em setembro do ano passado, depois de ser resgatado das ruas.

De acordo com Daniela Bellini, supervisora administrativa da São Camilo de Lellis, o cachorro foi resgatado pela irmã dela e tinha sinais de maus-tratos e violência sexual.

Segundo a supervisora administrativa, quando o cão recebeu alta, o pessoal da casa de acolhimento teve que decidir se ficaria com o animal ou se ele seria levado para o Canil Municipal. “A gente ficou com pena, porque ele já tinha sofrido tanto e ficou lá no canil com um monte de outros cachorros, cheio de trauma. A gente não sabia o que ia acontecer. Aqui é um albergue para pessoas em vulnerabilidade social. A gente já tinha tido cachorros anteriormente, resgatados da rua, e a direção falou assim: ‘Ah, vamos lá para dar uma alegrada no ambiente. Para ver se ele anima quem mora lá’”, ressalta Bellini.

A casa São Camilo de Lellis recebe pessoas de 18 a 59 anos que não têm onde morar e precisam de ajuda para se restabelecerem. De acordo com Daniela Bellini, a intenção é receber as pessoas por um período de três meses, quando os profissionais do local as ajudam a recuperar documentos, arrumar emprego e em outras questões.

Caso o morador não tenha para onde ir, depois do período de três meses, ele pode continuar na casa.

Ao menos 20 pessoas vivem no local atualmente, segundo Daniela Bellini. De acordo com ela, quando o cachorro chegou à casa de acolhimento, ele estava bastante debilitado e tinha algumas sequelas dos maus-tratos. “Trouxemos o Romeu em setembro do ano passado, no finzinho de setembro. Ele ainda tinha muita dor na hora de evacuar e chorava, e saiu um pouquinho de sangue. Ele, com medo de tudo, ficava só deitado. Eram necessários mais ou menos dois meses para ele começar a melhorar. A gente brincava e cuidava dele, que foi se soltando e agora está soltinho. Ele faz parte da rotina da casa. A gente passeia com ele, e teve uma voluntária nossa que deu um plano de saúde ao Romeu”, reforça Daniela Bellini.

Daniella Bellini detalha que o cachorro ajuda os moradores na rotina, se tornando uma fonte de amor e carinho. “Muitos comentam que, às vezes, estão sozinhos, tristes e desanimados, porque a maior parte deles tem um histórico de rompimento de laços familiares, não recebe muita visita. E o pessoal brinca com o Romeu, faz carinho nele, que é muito carente. E a gente acha que isso proporciona uma estabilidade nas relações deles com o mundo”, afirma.

Carlos Alberto, de 58 anos, mora na casa São Camilo de Lellis, há oito anos, entre idas e vindas. Ele conta que o Romeu é muito bem acolhido por todos os moradores da casa. “Às vezes, a gente está assim meio aborrecido, meio chateado, mas é só ver o Romeu, brincar com ele, acariciá-lo, que ele transmite um carinho para nós. É um cachorrinho muito doce”, conta.

Fonte: Estado de Minas

    Você viu?

    Ir para o topo