EnglishEspañolPortuguês

Vida e casa nova para cães e gatos

16 de agosto de 2009
4 min. de leitura
A-
A+

Por Gabriela Meneses

Fiel companhia e amor incondicional. Muitos acreditam que só eles podem dar e, por isso, enchem a casa da presença desses divertidos amigos. Mas, cães e gatos também sofrem com a falta de um lar.

É com alegria que a simpática cadela Bia (sem raça definida) recebe a todos. Eufórica, balança o rabo em movimentos rápidos, enquanto os olhinhos amarelos brilham de felicidade. Até posa para as fotos e, por tantas vezes, parece sorrir. Junto de Bia, a sapeca yorkshire Iná faz sala para quem chega ao apartamento. Além das duas “mocinhas”, mais seis olhares felinos e observadores acolhem os visitantes. “São os meus filhos”, assim a cientista social Aline Marques, 29, refere-se aos seus animais de estimação. Ela, que mora em um apartamento na Praia do Futuro, com mais dois irmãos, abriga oito animais. “Tudo por amor aos bichinhos”.

(Foto: Reprodução/O POVO)
(Foto: Reprodução/O POVO)

Todos os “filhinhos” da cientista social foram encontrados na rua, abandonados, menos a primogênita Iná. Já a simpática anfitriã Bia é filha do coração, provisoriamente, enquanto não aparece um tutor à altura da bela cadelinha. “A Bia está aqui só por um tempo. Domingo (hoje) vem uma pessoa aqui pra eu fazer a entrevista e saber se ela vai embora. Se ela for mesmo, não vou chorar. É uma nova vida para ela”, diz.

Aline começou com a prática de adotar animais de rua em 2004. Bia é o 35ª bichinho a passar pelo apartamento dela. “A Bia é uma graça. Ela era muito doida quando chegou aqui. Hoje já está bem mais calma, mais socializada”, diz. Além de receber educação e ser tratada com muito amor, Bia foi medicada, alimentada e hoje exibe a formosura de uma jovem cadelinha de quase oito meses.

Alguns acolhem, como Aline, mas outros tantos abandonam seus animais, por diversos motivos. O belo waimarana Gitano está passando por isso. Sob a guarda de Maria de Fátima Ferreira Lima, 52, aposentada por invalidez, Gitano precisa ir embora, pois ela não tem condição de criá-lo. “Eu morro de pena dele ir embora, desde pequeno ele mora com a gente, mas eu não posso mais com ele. O Gitano é muito grande”, diz.

Cuidados

Segundo o veterinário Pericles Duarte Portela, a maioria dos casos de abandono de animais é por mudança ou por problemas de saúde, como no caso de dona Maria de Fátima. O veterinário alerta que o ideal, quando não há mais condições de cuidar do animal, é entrar em contato com pessoas que participam de entidades protetoras de animais, a fim de que eles sejam enviados para um novo lar, adequado a característica própria de cada um. “A adaptação a um novo ambiente varia, depende de cada animal. Mas os animais mais jovens tem uma facilidade maior de adaptação”.

Além disso, é necessário que os novos tutores verifiquem se a vacinação e a vermifugação (tratamento com medicamento vermicida) está em dia. Se possível, os tutores devem também esterilizar o animal, principalmente se for gato, para evitar a procriação descontrolada. O veterinário acredita ainda que existe a possibilidade de o animal se sentir até melhor no novo lar, caso ele seja bem tratado. “Se ele for pra um ambiente melhor, ele vai se adaptar rápido. O animal gosta de ser bem tratado”.

Por isso, Aline espera que o novo tutor de Bia a receba com todos os carinhos e mimos que a simpática cadelinha merece. “Se eu não sentir que a pessoa vai tratar a Bia melhor que eu, não deixo ela ir embora”, afirma. Dona Fátima também aguarda um tutor que queira bem e cuide do grande Gitano como ele está acostumado. “Aqui ele é amado, é bem cuidado. Mas só de pensar que ele vai embora, me dá uma tristeza”.

Saiba mais

Encontrei um animal abandonado, que faço?

> Leve o animal a um veterinário, mesmo que ele pareça saudável. Vermifugue-o, mesmo que pareça estar tudo bem;

> Se ele estiver com boa saúde, alguns dias após a vermifugação, deve-se vacinar e esterilizar;

> Informações: (85) 8833 2457 (Upac)

>Em Fortaleza, a União Protetora dos Animais Carentes (Upac) foi criada para evitar o sacrifício de animais sadios por parte do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ). De acordo com Cristiane Pontes Maia, membro da Upac, o grupo trabalha resgatando animais, que foram abandonados ou estão nas ruas com grave situação de saúde, a fim de encaminhar para adoção.

> Segundo Cristiane, todos os dias a Upac encaminha cerca de dois animais para novos lares. Ela diz também que existem mais pessoas querendo se desfazer dos animais do que pessoas interessadas em adotar.

> De acordo com Cristiane, os animais que são adotados mais facilmente são os cachorros macho, na idade jovem adulto.

> De acordo com a lei complementar federal número 11, de 17 de dezembro de 2002, é proibido abandonar animais em qualquer área pública ou privada. Também é de responsabilidade dos proprietários a manutenção dos animais em perfeitas condições de alojamento, alimentação,saúde e bem-estar.

Fonte: O POVO

Você viu?

Ir para o topo