Cadelinha símbolo da luta contra a violência foi adotada por casal
Até hoje Leandra Marquezini fica com os olhos cheios de lágrimas quando lembra o primeiro encontro com a cachorra Vida, em julho. A bull terrier de um ano foi encontrada à beira da morte na Vila Santista, na cidade de Bauru (SP), e levada para Leandra e o marido, Carlos Rossi, proprietários de uma pet shop no Parque Vista Alegre.
“Passei mal, comecei a tremer, o coração disparou”, descreve. “Foi como se ela fosse nossa, como ver um filho machucado”.
Com várias lesões espalhadas pelo corpo e as faces deformadas, Vida chegou ao local quase inconsciente e sem conseguir parar em pé. Foi internada em estado grave, ficou em coma induzido e foi desenganada.
Mas sobreviveu e virou símbolo da luta contra a violência que atinge animais.
A cadelinha foi adotada por Leandra e Carlos, integrantes de uma rede de proteção a cães e gatos.
O grupo se mobilizou e vendeu uma rifa para ajudar no tratamento de Vida.
Agora ela já consegue caminhar normalmente e brinca com os tutores e crianças. Tem canil próprio na chácara do casal e até passeou pela avenida Getúlio Vargas.
Como também estava com lesões na pele provocada pela sarna, faz tratamento. E continua frequentando o veterinário por causa da perda da visão num dos olhos, consequência do espancamento.
Há chance de voltar a enxergar normalmente.
“Ela está linda”, derrete-se Leandra. “Com a gente ela é carinhosa, dócil, gosta de brincar, dar saltos. É uma cachorra esportista”.
Virou a estrela da casa.
Violência provocou repúdio e indignação
As imagens de Vida machucada comoveram pessoas que gostam de animais.
“Recebi ligações até de outros estados”, conta Leandra Marquezini.
Além de distribuir e-mails com pedidos de ajuda para cães e gatos abandonados ou desaparecidos, a rede informal de proteção que ajudou a cadelinha faz denúncias sobre violência.
A matéria sobre o espancamento também recebeu comentários de pessoas indignadas.
“Abominável”, escreveu a auxiliar de enfermagem Ana Magda. “Se descobrirem o autor, que seja punido. Não pode ficar solta por aí uma pessoa que faz isso com um bichinho desses”, pediu o aposentado José Ramos.
Fonte: Rede Bom Dia