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Veterinários britânicos querem banir matança de animais em rituais judaicos e muçulmanos

7 de março de 2014
2 min. de leitura
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O novo presidente da Associação de Veterinários Britânicos, John Blackwell, quer proibir o assassinato de animais segundo as tradições judaicas e muçulmanas no Reino Unido.

O apelo de Blackwell está a incomodar grupos religiosos, nomeadamente os representantes das comunidades que têm regras muito antigas e rigorosas sobre a forma como se devem matar os animais destinados à alimentação.

Segundo as normas da União Europeia, todos os animais devem ser atordoados antes de serem abatidos, para evitar sofrimento desnecessário. Os animais estão assim inconscientes quando são mortos.

Mas as regras destas duas religiões, e mais especificamente as judaicas, insistem que os animais devem estar conscientes no momento em que são abatidos, e que devem ser sangrados. A legislação europeia prevê excepções por motivos religiosos, que são aplicadas na maioria dos países, incluindo em Portugal, mas nalguns estados da Europa Central e de Leste tem-se procedido à proibição do assassinato em rituais, levando aqueles que querem manter as suas práticas religiosas a importar carne “ritualmente pura” de países terceiros.

Países como a Suécia, a Dinamarca e a Polônia proíbem atualmente a matança em rituais. A Suíça, que não pertence à União Europeia, também. Em todos os casos as medidas são denunciadas por judeus e muçulmanos como sendo uma infração dos seus direitos de liberdade religiosa.

Blackwell, contudo, considera que não é uma questão religiosa, mas unicamente de bem-estar dos animais e mostra-se esperançoso que seja possível chegar a um entendimento com a comunidade judaica: “Queremos um encontro de vontades para rever as provas científicas. Seria mais produtivo se conseguíssemos esse consenso, em vez de dizer apenas que não o podem fazer”, afirmou, em declarações ao jornal britânico “The Times”.

A sucessão de leis a matança animais em rituais, bem como outras medidas em países europeus para proibir a circuncisão, estão a preocupar as comunidades religiosas, que falam de ameaças à liberdade religiosa. A Igreja Católica tem-se colocado sempre do lado dos judeus e muçulmanos neste debate, apesar de os cristãos não reconhecerem quaisquer limites religiosos à alimentação.

*Esta notícia foi escrita, originalmente, em português europeu e foi mantida em seus padrões linguísticos e ortográficos, em respeito a nossos leitores.

Fonte: RR Renascença 

Nota da RedaçãoÉ um exemplo de crueldade tirar brutalmente a vida de um animal em nome de uma tradição. Mas é uma imensa hipocrisia acreditar que está zelando pelo bem-estar animal defendendo um assassinato humanitário, que diz que os animais devem estar ‘atordoados’ antes de morrerem. Este conceito existe para que as pessoas se sintam menos culpadas na hora de comer, e as empresas continuem a matança em nome do lucro e inclusive aumentem suas vendas aos iludidos consumidores. Se alguma lei que diz defender os interesses dos animais realmente cumprisse seu papel, todos os matadouros fechariam suas portas.

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